Malu Barreto
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A greve dos servidores do INSS completa 37 dias não tem data para acabar. A paralisação aumenta ainda mais a fila de espera para quem tem pedidos de benefício aguardando análise ou perícia no órgão. Em janeiro deste ano, um levantamento exclusivo do portal ClubeNews mostrou que a fila já acumulava 42 mil pedidos de benefícios. De lá pra cá são mais de três meses com inclusão de novas solicitações que entraram na fila, mas o INSS informa que outro levantamento só poderá ser divulgado em julho.

Os grevistas realizaram nesta quinta (28) uma manifestação para na praça Rio Branco. A categoria reivindica reajuste salarial e mais servidores para o quadro. A assistente social do INSS, Ariane Duarte, diz que o órgão está sofrendo sucateamento e precarização grave, tornando inviável o trabalho dos servidores, além de dificultar a situação daqueles que tentam ter acesso aos seus direitos previdenciários.

“Estamos denunciando e dando visibilidade aos problemas do INSS. Falta servidores e estamos há cinco anos sem reajuste no salarial”, disse.

O trabalhador rural Claudemar Batista, fez uma cirurgia na coluna e está sem condições de trabalhar e sem receber o auxílio. O homem veio de Inhuma para Teresina pela terceira vez para tentar fazer uma perícia médica e não conseguiu. “Estou há 16 meses sem receber nada e só de passagem gastei R$ 200 e não vou ser atendido”.

Também há espera de atendimento no INSS do Centro Teresina, a advogada Camila Coelho foi acompanhar as irmãs idosas que tentam um benefício e disse que conseguir uma perícia médica é como ganhar na loteria “Há pessoas que conseguem arriscar, as que moraram na capital que vêm todo dia, mas quem mora no interior é complicado. Não tem como ter a certeza que o periciando vai ser atendido”.

No país são mais de 2 milhões de requerimentos representados e o tempo médio de espera é de 113 dias. No Piauí, as perícias estão sendo agendadas para daqui a quatro meses – em agosto – tempo de espera longo demais para pessoas como o trabalhador rural Claudemar Batista, que precisa do benefício para sobreviver hoje.

No Piauí, a greve foi decidida durante uma assembleia geral, realizada no dia 17 de março, pelo Sintsprev-PI. Entre as reivindicações, estão o reajuste salarial de 19,9%, o arquivamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Administrativa, a revogação da PEC do Teto dos Gastos e a promoção de concursos públicos para técnico de seguro social, pois há um déficit de servidores, contribuindo para as filas longas.

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