Dados da Associação Brasileira de Transplante mostram que 32,8 mil pessoas estão atualmente na fila de espera por um transplante de rim em todo o Brasil. No Piauí, 304 pessoas estão à espera de um doador de rim. Demora que pode ser prologada por falta de doador e conscientização da população.
Em entrevista à TV Clube, nesta quinta-feira (12), a presidente da Associação dos Pacientes Renais Crônicos do Estado do Piauí (Aprepi), Mariza Costa, contou das dificuldades que os paciente renais têm enfrentado na busca por um doador compatível. Para ela, a falta de informação tem atuado como principal empecilho.
“Por parte do governo, não existe campanha. Existe uma campanha acanhada no mês de setembro, que é o mês de incentivo à doação de órgão. É preciso fazer campanhas contínuas. A falta disso leva a pessoa a não querer doar. A recusa é porque falta conscientização”, disse.
Gesto que salva vidas
Transplantada há nove anos, Mariza Costa sabe na pele como é ter uma nova vida após receber um órgão. “A pessoa, no momento de dor, como é que vai aceitar doar os órgãos do ente querido dele? Se pensarmos nisso antes, vamos entender que estamos salvando vidas, fazendo um ato de amor e que não vai ter nenhum prejuízo ao corpo do ente querido dele”.
O Seu Francisco de Oliveira tem 42 anos e desde 2006 sofre de insuficiência renal crônica. Ele está na fila de espera por um rim há seis anos e conta que a falta de informação da população tem tornado a fila de espera cada mais longa.
“As dificuldades enfrentadas são os exames. O SUS demora muito liberar nossos exames. Outra dificuldade é a falta de campanha de informação. As dificuldades que a gente enfrenta são a ansiedade, depressão, muitos pacientes ficam ansiosos por esse momento. Muitas vezes, tem paciente que nem consegue esperar”, explicou.
Conscientização
A presidente da Central de Transplantes do Piauí, Maria de Lourdes Veras, citou a pandemia da Covid-19 como um dos principais agravantes da situação. De acordo com a presidente, o Brasil é referência mundial no transplante de órgãos. Ela convocou a população para abraçar esse gesto de amor.
“O Brasil é um dos países do mundo que mais transplanta. Ele tem o maior sistema público de transplante do mundo. Nós melhoramos muito em termos de captação em nível de Brasil. O que acontece nesses dois últimos anos é que realmente houve uma paralisação, uma queda expressiva por conta da Covid”, destacou.
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