
Lucy Brandão
lucy@tvclube.com.br
Quase metade da população piauiense na força de trabalho poderia trabalhar mais horas, mas não encontra ocupação complementar. É o que apontam os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. A taxa de subutilização da força de trabalho registrada no Piauí no primeiro trimestre de 2022 foi de 43,9% – a maior do país.
O supervisor de disseminação de informações do IBGE no Piauí, Eyder Mendes, explica o conceito de subutilização da força de trabalho.
“Em termos conceituais, a taxa composta de subutilização da força de trabalho é um somatório da taxa de desocupação (desemprego), da taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas (quando pessoas ocupadas trabalham menos de 40 horas por semana e têm disponibilidade de tempo para trabalhar mais, contudo não encontram nova ocupação para completar a carga horária), e da taxa de subutilização da força de trabalho potencial (quando pessoas que não estão trabalhando gostariam de encontrar alguma ocupação, contudo por algum motivo estariam sem condição de trabalhar naquele momento)”.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2021, a taxa registrou uma queda de 5,4 pontos percentuais – à época era de 49,3%. “A queda deveu-se, especificamente, aos seguintes fatores: à queda na taxa de desocupação, que passou de 15,1% para 12,3%; à queda na taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas, que passou de 19,8% para 18,1%; e à queda na taxa de subocupação da força de trabalho potencial, que passou de 18,8% para 17%”, explica.
Apesar da taxa de subocupação no Piauí ter caído, o estado ainda tem o maior indicador de todo o país, com 43,9%. A média desse indicador para o Brasil foi de 23,2%. O estado com a menor taxa de subocupação é Santa Catarina, com 8,3%. Comparando aos estados vizinhos, o Maranhão atingiu 37% de taxa de subocupação e o Ceará atingiu 30,8%.
A subocupação por insuficiência de horas trabalhadas atinge 262 mil pessoas no mercado de trabalho piauiense, o que equivale a 20% do total de pessoas ocupadas.
Já a subocupação da força de trabalho potencial atinge 349 mil pessoas no Piauí. “Cerca de 69% dessas pessoas se consideram ‘desalentadas’, ou seja, desistiram de procurar emprego por acreditar que não o encontrarão em razão de motivos como idade (por serem novos e sem experiência ou com idade avançada); da qualificação pessoal inadequada para os cargos disponíveis; ou pela falta de oportunidades de trabalho na localidade em que vivem”, destaca Eyder Mendes.
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