O ex-governador do Piauí e ex-presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT), classificou como “enganação” o projeto aprovado na Câmara, nesta quarta-feira (25), que limita o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o preço dos combustíveis a um teto de 17%.

“Quer mesmo resolver a situação do combustível, da energia? O caminho é fundo de estabilização. Fora disso? É enganação. Veja que nós estamos falando de tirar R$ 21 bilhões da Educação, retirar R$ 11 bilhões da Saúde, tirar dinheiro da máquina pública e dos investimentos”, comentou Dias.

Para o ex-gestor, que já criticou o projeto diversas vezes, o principal ponto quanto à medida é não atender ao requisito de resolver o problema na alta dos preços de combustíveis de forma definitiva. “Eu acho que a gente está errando ao dizer que estão tirando recursos de Estados e Municípios. Na prática, nós estamos falando de uma medida de grande impacto que não dá resultado, na minha visão, no combustível”, completou.

Wellington Dias explicou que mesmo retirando todo o ICMS que incide sobre o óleo diesel, por exemplo, o impacto no preço por litro seria de, no máximo, R$ 0,75 no Piauí. “Nós estamos tendo reajustes constantes. Lá atrás, se tirou a CIDE; ela tinha mais ou menos R$ 0,45. O que aconteceu? O combustível que era R$ 4 o litro de gasolina foi para R$ 6. Fez-se o congelado do ICMS, e o combustível que era R$ 6 passou para R$ 8”, lembrou.

O ex-governador afirma que o caminho para resolução do problema passa por medidas que contenham a inflação e o câmbio. Além disso, defende o fundo de estabilização dos preços dos combustíveis. “Se já tivéssemos implantado um fundo de estabilização, que ficou parado no Senado, nós teríamos hoje a gasolina entorno de R$ 6,30. É cara? É! Mas bem menor que os R$ 8,50 que temos hoje”.

Outra providência urgente, segundo Dias, é a reforma tributária. “A solução está na reforma tributária que está parada no Congresso Nacional. Eu não entendo, como se tem a solução e busca o caminho da enganação. Do jeito que enganaram os caminhoneiros lá atrás, e novamente em novembro, estão querendo enganar de novo. O país está à beira do abismo”, conclui.

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