Wesley Igor Gomes*
wesleygomes@tvclube.com.br
Teresina tem apresentado um aumento preocupante nos casos de arboviroses (dengue, zika e chikungunya). Para mudar essa realidade, agentes de endemias estão realizando inspeções em várias residências. No entanto, esses profissionais estão enfrentando dificuldade para ter acesso aos imóveis devido à resistência de alguns moradores.
Segundo Paulo Marques, gerente do Centro de Controle de Zoonoses, a participação da população é essencial para a prevenção da doença, bem como a diminuição dos casos já confirmados. Além da persistência de algumas pessoas em impedir os agentes, algumas residências sempre se encontram fechadas no momento das fiscalizações.
“Está certo que existem muitas casas e terrenos baldios. Embora não se tenha uma possibilidade de limpar e vistoriar todos esses imóveis, onde for possível que permitam que eles (agentes de endemias) entrem, vamos conseguir diminuir a quantidade de insetos se nós diminuirmos os locais de reprodução”, afirmou.
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) destaca que a maioria dos criadouros do mosquito Aedes aegypti fica nos quintais, por isso a importância das inspeções. Até o momento, mais de 2 mil casas receberam os profissionais na capital.
“A gente consegue encontrar os focos mais improváveis possíveis. Primeiro, a eliminação, depois, orientar a população a cada um olhar a sua residência porque esse mosquito está sendo muito cruel”, disse o agente de endemias, Rogério Andrade.
Casos de suspeitas dengue e chikungunya
Em uma rua situada no bairro Santa Lia, na zona Leste de Teresina, os casos de suspeita de dengue e chikungunya se multiplicaram e várias ocorrências foram registradas em uma mesma família.
“Passei dois dias com febre, doendo a cabeça e ‘ferroando’ as articulações. Doía demais e nem vontade de comer eu tinha de jeito nenhum”, disse a dona de casa, Antônia Maria de Jesus.
Angelina de Lima, também dona de casa, teve os mesmos sintomas que Antônia. Foram dias sentindo mal-estar, dores no corpo e calafrios. Somente na casa dela, houve três suspeitas das doenças.
O filho dela, o diretor de arte Eduardo Lima, acredita que o foco dos mosquitos está no quintal do imóvel vizinho. No local, há muitos objetos não utilizados que acumulam água. Inclusive, o dono teria recusado a visita dos agentes de endemias.
“A gente já tentou conversar várias vezes. Chamamos a Zoonose, mas nada foi resolvido. A gente só quer uma ajuda da prefeitura”, relatou.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Lucy Brandão
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