Wesley Igor Gomes*
wesleygomes@tvclube.com.br
Para aqueles que acreditam que a vida real, dificilmente, é como nos filmes, séries ou livros de romance, sinto muito informar que algumas histórias estão aqui para provar o contrário.
O frio na barriga, o coração acelerado e o nervosismo que paralisa, por mais que pareçam clichês, são reais e genuínos quando alguém, depois de alguns ou longos anos, revê a pessoa amada.
No Dia dos Namorados, celebrado neste domingo (12), o Portal ClubeNews traz a história de amor de dois casais que, apesar do tempo e de diversos obstáculos no meio do caminho, comprovam que a frase “se for para ser, vai ser”, de fato, pode significar uma nova chance ao amor.
A primeira história começou há 43 anos, no município de Parnaíba, litoral piauiense, quando uma adolescente, chamada Rosane Santos, se apaixonou por um colega de escola, o popular e bastante desejado por outras meninas, como ela mesma descreve, Paulinho Portela. “Eu sempre tive um amor platônico por ele, mas não era correspondida. Naquela época, ele, muito lindinho (ainda é), era sempre muito paquerado, apesar de se achar tímido, e eu só observando”, relembrou Rosane.
Ela conta que os dois adoravam praticar esportes e, sempre que podia, passava para vê-lo jogando futebol. Até que um dia, Paulinho começou a dar atenção a Rosane. E o momento tão esperado e imaginado — vez ou outra pela adolescente — aconteceu: o primeiro beijo do casal.
Devido Paulinho ser um pouco mais velho e precisar ir a capital, Teresina, para terminar os estudos e se dedicar ao futebol, do qual se transformaria, tempos depois, em sua profissão, a paixão dos dois foi interrompida. O sentimento, como Rosane mesmo conta, ficou somente com ela, no litoral.
“Na época, quando fui pedir ao meu pai para morar em Teresina, ainda ouvi dele: ‘você não quer ir estudar, que ir atrás do jogador’”, disse.
Dois anos após a partida de Paulinho, Rosane foi estudar em Teresina. Mesmo cursando o ensino médio na mesma instituição, o destino fez com que o caminho dos dois não se cruzasse por mais alguns anos. O tempo passou e a vida levou cada um para direções diferentes: ele se tornou jogador profissional, atuando em times como River, Flamengo e 4 de Julho, enquanto ela se tornou advogada e foi morar em Recife, Pernambuco.
Quando os olhares se cruzaram novamente
Ao retornar da capital pernambucana para a sua cidade natal, em uma noite no ano de 2010, no Porto das Barcas, um dos pontos turísticos mais populares do Piauí, alguém do seu passado — ele mesmo, Paulinho — surgiu ali, próximo a ela. Como nos filmes românticos que preenchem as telas de cinema, os olhares dos dois se cruzaram instantaneamente. Apesar da emoção, ela não deu muita confiança.
“Achava que ele estava casado, mas para minha surpresa, soube no dia seguinte que ele havia perdido a esposa há uns cinco anos. Não foi difícil nos encontrarmos no dia seguinte, uma vez que ele estava de férias na casa da mãe. Nos encontramos pela praia e não nos largamos mais naquelas férias. Foram dez dias que passamos a nos reconhecer”, relata Rosane.
Um novo capítulo na vida de ambos estava começando, a partir daí, a ser escrito. E sobre a festa de casamento, bom, ela aconteceu da melhor maneira possível, como afirma Rosane: “Ele veio para Parnaíba e vivemos ainda uns três anos morando juntos. Foi quando minha mãe perguntou se nós não queríamos aproveitar a festa de aniversário de casamento dela, de 60 anos, para casar também. E assim fizemos”.
Hoje, a advogada e o ex-jogador já estão completando seis anos de casamento e construíram uma família da qual muito se orgulham. “Não tivemos filhos. Tive a sorte de encontrar o kit já completo, pois Paulinho já tem três filhos e uma neta. Estamos sempre juntos, só nos largamos para trabalhar. Construímos nossa casa e temos uma vida feliz!”, expressou Rosane, que continua: “Se voltaria e faria tudo de novo? Sim! Faria tudo de novo e com o mesmo Paulinho Portela.
Novela mexicana
O segundo casal que o Portal ClubeNews teve o prazer de conversar descreve a história deles como uma “novela mexicana”, mas, nesse caso, com uma trama apaixonante. O publicitário Jairo Moura e a jornalista Letícia Rodrigues se conheceram ainda jovens, graças a uma amiga em comum. Em 2006, por meio de ligações de celular, chats virtuais e e-mail, os dois tiveram os primeiros contatos e iniciaram um romance em Teresina.
“A gente não teve um pedido formal de namoro, uma data, um local especial, essa coisa romântica, sabe? Fomos ficando. A Letícia, primeiramente, conheceu a minha mãe porque ela sempre vinha para a minha casa aos domingos”, disse Jairo, relembrando que tudo aconteceu naturalmente, com ambos ainda entendendo a sistemática do relacionamento.
Após dois anos e meio de namoro, o casal sentiu que a sintonia de ambos, naquele momento, não era mais a mesma. Havia chegado a hora em que cada um seguiria por caminhos diferentes, focando em projetos que, até então, estavam guardados. Os sonhos, agora, eram outros e o incentivo para se realizarem era mútuo.
“Quando a gente terminou foi muito sofrido porque ainda gostávamos um do outro. Mesmo terminados, ainda nos víamos com muita frequência porque estudávamos na mesma faculdade, no mesmo corredor e pegávamos o mesmo ônibus. Passamos uns dois anos sem contato nenhum, apesar de se ver. Eu mandei uma carta para ele, por um amigo meu, pedindo desculpa e dizendo que não queria perder contato com ele”, comentou Letícia.
A jornalista ainda relata que depois de dois anos e meio, após Jairo ter recebido a carta, ele enviou um e-mail contando haver tatuado o nome dela. A curiosidade foi tamanha, e Letícia o respondeu no mesmo instante pedindo para ver. No entanto, tudo não passava de uma brincadeira.
Nesse momento da vida, os dois já estavam se relacionando com outras pessoas, mas conseguiram restabelecer um contato. Algum tempo depois, Letícia já estando solteira, bem como Jairo, os dois passaram a intensificar a presença na vida um do outro. Em 2020, onze anos depois do primeiro término, eles resolveram retomar a história de amor deles.
Bênção da natureza
Abril de 2022, o casal oficializou a relação. A princípio, devido à pandemia da Covid-19, a celebração do matrimônio seria no civil e aconteceria de forma online. Enquanto a ideia saía das mentes deles e começava a se transformar em realidade, após uma viagem, o casal decidiu que deveria realizar uma cerimônia que expressasse uma bênção vinda da natureza, já que ambos possuem afinidades com ela, especialmente Letícia, que tem a umbanda como religião. E assim foi, eles disseram sim, em uma cachoeira, localizada na cidade de União, a 65 km de Teresina, na presença de familiares e amigos próximos.
“A gente teve como padrinhos Oxum e Oxóssi, que são dois orixás. Um traz abundância e prosperidade e o outro traz, com as águas, a bênção. Casamos depois de 11 anos separados, dois anos morando juntos e, hoje, estamos muito felizes, vivendo em uma casa que era da minha sogra. Aqui, cultivamos cada parte dela, nutrimos ela com nosso amor e nos recarregamos para os desafios da vida”, expressa a jornalista, Letícia.
Esse é apenas o início da história de amor desses e de tantos outros casais, mundo afora. O que vem adiante ainda está sendo escrito, diariamente, em novos capítulos que serão contados, quem sabe, em um próximo Dia dos Namorados.
*Sob supervisão da jornalista Malu Barreto
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