Wesley Igor Gomes*
wesleygomes@tvclube.com.br

A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) aponta que, atualmente, Teresina registra em média três denuncias de estupro de vulnerável por dia. Os depoimentos das famílias vítimas desse crime chocam e comovem a sociedade. 

Um desses casos aconteceu em um condomínio da capital, a mãe da vítima de 9 anos contou que o perito criminal Francisco das Chagas Pinheiro Martins, preso no dia 13 de junho, por estuprar duas meninas a ameaçava. “Ameaçava me matar, ameaçava matar ela”.

A mãe de uma das garotas contou que a filha começou a se comportar diferente de como ela, normalmente, agia. A mulher estranhou, por exemplo, quando o rendimento escolar da menina começou a cair, gerando, assim, algumas notas baixas.

Após uma conversa, a criança revelou à mãe o que estava acontecendo com ela no condomínio. Além dos abusos sexuais, segundo a menina, Francisco a ameaçava de morte.

“Toda vez que ele passava a mão, ele segurava o outro braço, torcia o braço dela e ameaçava me matar, ameaçava matar ela. Então, quando a história veio à tona, ela ficou com muito medo de acontecer alguma coisa comigo, ficou com medo de ir ao colégio”.

A mãe de outra vítima, de nove anos, também foi abusada quando criança, aos seis, por um tio. Ao saber da violência sofrida pela  filha, a sensação de estar devastada se instalou na mulher, bem como a vontade de ter Justiça. 

“Eu demorei 30 anos para poder falar sobre esse tipo de abuso e quando eu vi isso acontecendo com a minha filha foi devastador”, relatou a mãe, que continua: “Acredito que o meu caso e o da outra mãe é justamente levantar essa bandeira de que as pessoas têm que denunciar e que o poder público tem que atuar”.

De acordo com dados da Gerência de Conselhos Tutelares, 45 casos de estupro de vulneráveis foram registrados, sendo um a cada três dias, entre os meses de janeiro e março de 2022 na capital piauiense.

Pais devem estar atentos mudanças no comportamento de crianças e adolescentes

Certas mudanças no comportamento de crianças e adolescentes podem indicar que algum tipo de abuso esteja sendo cometido, é o que destaca a psicólogo Leiliane Nascimento, da Casa Savina Petrilli, espaço responsável por cuidar de meninas que foram vítimas de violência sexual.

“O isolamento social, elas podem ficar mais retraídas sobre contato físico, ficar mais inibidas. Algumas apresentam comportamento deprimido ou agressivo. As crianças podem apresentar também uma curiosidade em saber mais sobre aquilo a que ela foi exposta”, apontou Leiliane.

*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto

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