4 de julho de 2025

Mulher relata tentativa de feminicídio na internet

Kelvyn Coutinho

Publicado em 28/06/2022 21:27

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Kelvyn Coutinho*
kelvyn@tvclube.com.br

A estudante Ana Gabrielle Maia Lacerda, de 22 anos, escreveu um relato em uma rede social, nessa segunda-feira (27), onde afirmou ter sido vítima de uma tentativa de feminicídio, cometida por um ex-namorado.

Na postagem, Ana Gabrielle mostra imagens de hematomas e expõe denúncias feitas na Delegacia Regional de Bom Jesus contra o agressor, identificado como Felipe Alexandre Barros Barjud, com quem a vítima se relacionou por cerca de sete meses.

“Me expor aqui é o de menos, pelo que passei e venho passando. Me expor aqui é menos doído que toda agressão física e psicológica que sofri e venho sofrendo. Antes de me expor aqui, eu me expus ao ridículo em perdoar e acreditar em tantas mentiras e traições. Me privei e me afastei de amigos e de mim mesma para saciar o ego doentio desse meu ex-parceiro, que de parceiro não tinha nada”, escreveu a jovem.

De acordo com a estudante, a tentativa de feminicídio ocorreu no último sábado (25), em sua própria residência. Segundo relato da vítima à Polícia Civil, o relacionamento chegou ao fim há 15 dias. Não aceitando o término, Felipe a agrediu.

“A vítima afirma que entrou na sua casa, seu ex-namorado entrou junto e partiu para cima desta vítima em um surto de ódio e lhe agrediu, lhe enforcando, deixando marcas de suas unhas. Afirma que sofreu um soco no olho direito e vários arranhões na região do tórax”, cita um trecho do pedido de medida protetiva de urgência, assinado pela delegada Haline Pâmela Lima.

Prevista na Lei Maria da Penha, a medida protetiva é um instrumento que pede o afastamento do agressor do local onde a vítima reside e a proibição de qualquer tipo de contato.

“A solicitação foi encaminhada ao Poder Judiciário. O acusado responderá pelos crimes no âmbito da violência doméstica e familiar, com incidência da Lei Maria da Penha”, afirmou a delegada Haline.

Ana Gabrielle declarou que resolveu expor a situação nas redes sociais para clamar por justiça para ela e outras mulheres vítimas de violência.

“Resolvi vir aqui gritar por mim e por tantas outras mulheres que sofrem todos os dias e são desamparadas pela justiça, e até mesmo do apoio familiar. Estar em um relacionando abusivo não é fácil de se identificar, não é fácil de sair como todos julgam. Ser a vítima é dolorido e difícil de entender, agir e sair. Estou dando esse grito de socorro aqui, pq (sic) estou amedrontada, desamparada e altamente vulnerável a tudo isso. Não irei aceitar e não irei me calar! Quero justiça! Quero que ele nunca mais faça isso com ninguém!”, completou a estudante.

*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto

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