Thálef Santos*
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Chico, o macaquinho-prego dócil e danado, saiu da cidade de Corrente e já encontrou os amiguinhos, da sua própria espécie, nesta terça-feira (28) por volta das 9h30, no bioparque Zoobotânico, na zona Leste de Teresina. Ele já está no seu novo lar “temporário”, onde vai passar por um processo de readaptação na companhia dos outros animais, além de contar com o acompanhamento médico-veterinário, para só depois ser solto na natureza, que é seu habitat natural.
Após realizar alguns exames clínicos, o bichinho vai passar por período de adaptação, que deve durar uns dois meses, com um bando da espécie para, só após esse processo, ser solto em ambiente natural protegido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Apesar da história engraçada, o Ibama alerta para os riscos de criar um animal silvestre em casa. Afinal, isso é um crime ambiental.
A chegada de Chico foi mais rápida que o previsto, já que o acadêmico de medicina veterinária, Júnior Lima, o trouxe em viagem à capital após capturá-lo.
No bioparque, Chico foi recebido e cuidado em reabilitação para em breve retornar à natureza. Os veterinários contam que o macaquinho é realmente dócil e domesticado, mas alertam para os riscos do animal silvestre em ambiente urbano.
“É um crime ambiental. Quando surgiu o relato do animal libertado em Corrente. Essa situação atípica, que chamou atenção, dele manuseando um tecido doméstico deve levar à pergunta: por que desse animal estar solto na cidade? É o que deve ser questionado na sociedade piauiense”, afirma o analista ambiental e médico veterinário do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, Fabiano Pessoa.
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Fabiano explica que foi uma sorte para Chico a repercussão dos vídeos. As atitudes dele, apesar de engraçadas, podem provocar a agressão de alguém. Muitos dos macaquinhos recebidos pelo Ibama têm fraturas ou lesões, em alguns casos irreversíveis, conta o analista ambiental. Alguns dos macacos encontrados pelo Portal ClubeNews no parque apresentavam fraturas calcificadas, problemas nos tendões e cegueira parcial ou completa.
Como está Chico?
O Portal ClubeNews acompanhou o momento da soltura do macaquinho no espaço reservado a esses animais no zoobotânico foi registrado no vídeo abaixo. Logo na saída, ele se dirige para perto dos amiguinhos e começa a conhecer o novo ambiente.
De acordo com a médica veterinária do bioparque, Vanessa Gomes, os exames clínicos comprovaram que ele está com a saúde estável, boa nutrição e até o momento sem indicativos de doenças. A boa movimentação também evitou a realizou de exames como raio-x e ultrasonografia.
O risco de doenças não atinge apenas os humanos, conta a veterinária Vanessa Gomes. Ela lembra que a compatibilidade genética entre humanos e macacos é um risco para ambos quando se trata de infecções. Segundo ela, outros dois macacos-pregos recebidos no parque tiveram doenças notificadas nos exames clínicos. A suspeita, praticamente confirmada em um deles, é de que estão com herpes.
Viagem com acompanhantes
Fabiano Pessoa conta que Chico chegou ao parque com mais três amigos. Dois deles vindos de Parnaíba e um do município de Murici dos Portelas. Este último foi responsável por morder uma pessoa na cidade de origem. A vítima foi encaminhada à rede hospitalar de Teresina para receber a vacina antirrábica (contra doença da raiva).
Chico de mudança
Chico foi pego após denúncias de conduta perigosa pela cidade de Corrente, no Sul do Piauí, na semana passada. Isso mesmo, Chico foi visto amolando faca pelas ruas do centro da cidade e, além disso, ele invadia casas e “fazia a festa”.
Apesar das críticas de alguns moradores sobre a captura, o acadêmico de medicina veterinária Júnior Lima informa que a medida protege o bichinho de reações agressivas da população.
Chico foi pego tranquilamente, sem necessidade de tranquilizantes, no quintal de uma casa brincando com roupas no varal.
Veja no vídeo o momento que Chico é capturado.
Chico vai se readaptar em natureza com o grupo da mesma espécie. Júnior Lima informa que os macacos têm essa tendência de viver em bando.
Na área urbana, reproduzindo os costumes humanos como amolar faca e lavar roupa, a comunidade local era reconhecida pelo bichinho como um bando. Júnior explica que apesar de bem-adaptado, o ambiente urbano não é seguro para Chico e que a reinserção na natureza terá uma adaptação mais fácil.
“Esperamos que ele tenha um final feliz“, disse o acadêmico que acompanhou o macaco Chico. Nós, do portal ClubeNews, também.
*Sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso.
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http://portalclubenews.com/2022/06/27/macaco-chico-esta-em-teresina-e-realiza-exames-no-cetas-do-ibama/
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