Wesley Igor Gomes*
wesleygomes@tvclube.com.br
Francisco de Assis Moura, aos 28 anos, realizou um grande sonho: o primeiro emprego. Atuando como supervisor de área no Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ele é cadeirante e conta com a ajuda do pai, o agricultor Juvenal Mendes, para realizar a pesquisa de campo na cidade de Picos, no Sul do Piauí.
Francisco, devido a uma paralisia cerebral, perdeu parte dos movimentos das pernas e dos braços, mas isso nunca foi um empecilho para procurar uma oportunidade. Assim que surgiu, o pai dele não pensou duas vezes e deixou o trabalho que exercia no município de Dom Expedito Lopes para acompanhar o filho.
“Quando eu comecei a levar ele para aula, pequenininho, aí o pessoal dizia ‘rapaz, tu é doido, vai trazer uma pessoa dessa para escola’ e aí eu dizia que meu filho era inteligente, ‘olha, um dia ele vai ser gente’. Olha aí onde é que ele tá hoje”, disse o pai, Juvenal Mendes.
Mercado de Trabalho para pessoas com deficiência (PcDs)
Segundo um levantamento recente do IBGE, apenas 28% da população com algum tipo de deficiência está inserida no mercado de trabalho, número esse do qual Francisco faz parte.
Cerca de 50 quarteirões do Centro e bairros de Picos já foram percorridos, em apenas uma semana, pelos dois. Nesse trajeto, eles coletam informações sobre ruas, iluminação pública, além da acessibilidade nesses locais.
“É uma atribuição de muita valia, de muita responsabilidade, tem que ter muito conhecimento técnico a respeito do assunto”, contou Francisco, que não esconde o quão orgulhoso se sente do pai e, agora, companheiro de trabalho. “Não tenho palavras que consigam representar quem é meu pai. Eu costumo dizer que meu pai é minhas duas pernas”.
Inspiração
O trabalho desempenhado em campo por Francisco tem gerado elogios, bem como admiração de muitas pessoas. “A gente se sente muito feliz em ver todo o trabalho que ele está fazendo. O empenho que ele tem para realizar esse trabalho, o quanto ele se sente motivado e que sirva, sim, de inspiração para as pessoas”, expressou a coordenadora de área do Censo do IBGE em Picos, Jannete de Jesus.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto
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