O empresário Pablo Henrique Campos foi condenado a 21 anos e 8 meses de prisão pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, por feminicídio e por impossibilidade de defesa da vítima, contra Vanessa Carvalho e tentativa de feminicídio contra a namorada, Anuxa Kelly Alencar.

O julgamento foi realizado nesta terça-feira (30) no Tribunal do Júri, na 1ª Vara do Tribunal Popular de Teresina. Na sentença, o juiz Antônio Reis de Jesus Noleto fixou as seguintes penas: 11 anos de reclusão em relação ao homicídio culposo de Vanessa Carvalho e 10 anos e 8 meses em relação à tentativa de feminicídio contra Anuxa Alencar. A pena deve ser cumprida inicialmente em regime fechado.

O crime aconteceu em 29 de setembro de 2019, na época Pablo e Anuxa eram namorados e brigaram durante uma festa de casamento, pouco antes do atropelamento que resultou na morte de Vanessa, da amiga de Anuxa.

Durante o julgamento, Anuxa foi ouvida e relatou que os três saíram para um casamento e o ex começou a ficar estranho no meio da festa.

“Ele não chegou a me dizer (o motivo), a gente já estava separado, ele estava para um lado e eu para o outro. A única vez que ele chegou perto de mim, depois de tudo isso, foi quando eu estava sentada e ele bateu no meu ombro e disse ‘você vai me pagar’, e foi quando a minha amiga disse ‘vamos embora’ e eu disse ‘está bom, vamos’, eu ia trabalhar no dia seguinte”, relembrou.

Ainda durante seu depoimento, Anuxa contou que o ex-namorado constantemente demonstrava ciúmes, ficava agressivo e não se desculpava após brigas entre o casal.

“Nossa relação, na maioria das vezes, não era boa. Era um relacionamento bem conturbado. No iniciozinho não, piorou depois que fomos morar juntos. Fisicamente nunca chegou a me agredir, acho que por morar comigo e com minha mãe. Quando a gente saía, do meio pro fim, ele ficava com raiva de alguma coisa, ia embora e me deixava sozinha. Isso acontecia com frequência”, declarou.

Na vez de ser ouvido, Pablo confessou o crime, mas disse estar embriagado e não se lembrar do momento do atropelamento. “Mesmo inconsciente, era eu que conduzia o veículo”, declarou Pablo Henrique durante o julgamento.

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