3 de julho de 2025

Piauí tem 21 mil pedidos de demissão no acumulado de 12 meses

Lucy Brandão

Jornalista
Publicado em 04/09/2022 20:00

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Carteira de trabalho. (Foto: arquivo Agência Brasil)

Lucy Brandão
lucy@tvclube.com.br

O Piauí registrou 21.297 pedidos de demissão voluntária de um total de 109.708 demissões em todo o estado no período acumulado de 12 meses. Em todo o Brasil, foram 6,467 milhões de pedidos de demissão no período entre os trabalhadores com carteira assinada – um recorde desde janeiro de 2020, segundo levantamento da LCA Consultores e utiliza os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Somente no mês de julho de 2020, foram 2.172 pedidos voluntários de um total de 9.065 demissões no Piauí. No Brasil, foram 588.807 demissões voluntárias, 35,3% do total de demissões registradas pelo Caged em julho (1.667.635) – o número só menor que o registrado no mês de março (603.136). Comparando o mês de julho de 2021 com o deste ano, o aumento no pedido de demissões foi de 32% (de 446.928 para 588.807).

Nordeste

Dentre os estados do Nordeste, o Piauí registrou o menor percentual de demissões voluntárias (19,41%). Na região, o Ceará lidera os pedidos de demissão com 103.052 de um total de 453.505 (22,72%). Outro vizinho do Piauí, o Maranhão, vem logo em seguida no ranking dos pedidos de demissão com 43.453 de um total de 200.108 (21,71%).

Depois do Piauí, quem menos registrou demissões voluntárias foi a Bahia (138.302 de 706.818 – percentual de 19,57%).

Estado Pedidos de Demissão Total de Demissões % de Demissões Proporcional (por estado)
Piauí 21.297 109.708 19,41%
Maranhão 43.453 200.108 21,71%
Ceará 103.052 453.505 22,72%
Rio Grande do Norte 35.110 169.762 20,68%
Paraíba  32.660 158.809 20,57%
Pernambuco 95.730 478.340 20,01%
Alagoas 30.269 147.037 20,59%
Sergipe 19.725 100.739 19,58%
Bahia 138.302 706.818 19,57%
Fonte: LCA Consultores/ Caged

Movimento do mercado

Segundo Bruno Imaizumi, responsável pela pesquisa, os números mantêm o movimento de continuidade de normalização do mercado de trabalho. O economista lembra ainda que um dos motivos para esse movimento do mercado é que, no começo da pandemia, muita gente acabou aceitando emprego sem ter afinidade com suas formações. Com a diminuição dos efeitos da pandemia no mercado de trabalho, os profissionais pedem demissão para serem admitidos dentro de cargos mais adequados a suas qualificações.

“Muitas pessoas permaneceram em trabalhos que não eram condizentes com suas qualificações devido à necessidade de alguma recomposição de renda durante a pandemia. Mas muitas delas passaram a se desligar de empregos para se admitirem em outros mais adequados”, diz.

De acordo com a consultora de carreira Mayara Silva, outro fator que pode explicar esse movimento é o fato de que muitos profissionais se acostumaram com o formato híbrido ou remoto e agora não querem retornar ao trabalho presencial, já retomado por muitas empresas. “O home office veio para ficar. As pessoas perceberam que dá para conciliar melhor a vida pessoal e profissional, além de cuidar da saúde. São muitos os depoimentos de quem passou a fazer atividade física ou a se dedicar mais à família porque os horários ficaram mais flexíveis”, lembra a especialista.

Setores como os de tecnologia e comunicação são são alguns dos que mais registraram pedidos de demissão voluntária em todo o país, em sua maior parte em trabalhos que podem ser realizados remotamente. Outra característica dos pedidos de demissão é que eles são predominantes em níveis profissionais mais qualificados.

 

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