28 de julho de 2025

Fome emocional: entenda a relação com ansiedade e depressão

Wesley Igor

Publicado em 11/09/2022 20:48

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(Foto: Freepik)

Wesley Igor Gomes*
wesleygomes@tvclube.com.br

Seja por se sentir triste, ansioso ou, atém mesmo, em casos de depressão, o ser humano acaba utilizando a comida como uma válvula de escape, um alívio para determinadas situações. Esse comportamento é o que os especialistas definem como fome emocional.

Durante a pandemia da Covid-19, iniciada em 2020, a servidora pública Olívia Batista desenvolveu a fome emocional. Ficar em casa, como ela mesma conta, acabou desencadeando muitas crises de ansiedade. Abrir a geladeira em busca de algo que pudesse acalmá-la tornou-se um hábito constante.

Olívia Batista, servidora pública (Foto: Arquivo pessoal)

“Por ser funcionária pública, fiquei muito tempo trabalhando remoto e aumentei a minha crise de ansiedade. Então, descontei minha ansiedade comendo”, disse Olívia que, ao perceber estar ganhando peso e tendo a saúde prejudica, foi em busca de ajuda. “Procurei um nutricionista esportivo, comecei a malhar em casa mesmo, com personal e praticar corrida”.

Sinais de fome emocional:

  • A fome aparece de forma inesperada;
  • Ao comer para reagir às emoções, a pessoa se alimenta automaticamente. Dessa forma, não há uma preocupação com horário e quantidades ingeridas;
  • Preferência por comidas específicas, sendo mais comuns alimentos gordurosos ou com açúcar;
  • Após a ingestão, não há a sensação de saciedade, mas culpa, vergonha ou arrependimento.
Psicóloga Brenda Lima (Foto: Arquivo ClubeNews)

De acordo com a psicóloga Brenda Lima, o ser humano possui um mecanismo neuro-regulador que avisa quando há a sensação de saciedade. No entanto, no caso da fome emocional, esse alerta acaba não sendo obedecido e a pessoa passa a ingerir mais comida. “A gente perde e acaba não ouvindo, não se atentando a esse mecanismo durante a compulsão”, comentou.

Serotonina

O nutricionista Marcelo Miranda explicou que existe um neurotransmissor responsável por regular o humor: a serotonina. Quando está em baixa produção, ela pode desencadear crises de ansiedade, as quais podem levar a pessoa ansiosa a desenvolver a fome emocional.

“Essa serotonina é produzida no intestino, em sua maioria, e quando você tem o intestino comprometido, você diminui a produção desse neurotransmissor e você aumenta a ansiedade. Isso pode levar a um processo de compulsão alimentar, porque você cria uma necessidade de comer mais alimentos para diminuir aquela ansiedade que você está sentindo”, destacou.

Hábitos saudáveis

O profissional, também, falou sobre alguns hábitos que podem ajudar a lidar com esse estado. “Você tem que corrigir a qualidade de sono, a sua hidratação, pois beber água é muito importante dentro do processo, e fazer uma distribuição, uma diminuição daquilo que você está consumindo. Não precisa fazer dietas restritivas, só reduzir aqueles alimentos que está consumindo. Uma dica é ‘descasque mais e desembale menos’, diminuir o consumo de produtos industrializados e prezar mais por produtos naturais”.

*Sob supervisão da jornalista Malu Barreto

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