8 de junho de 2025

Em Teresina, abuso sexual de crianças é concentrado nas zonas Sul e Leste

Thálef Santos

Publicado em 14/09/2022 12:20

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Foto: PMT

Thálef Santos*
thalefsantos@tvclube.com

Neste ano, os registros de abuso sexual contra crianças e adolescentes – 50 casos desde janeiro até junho – foram concentrados nas regiões Sul e Leste de Teresina. Os dados, referentes aos atendimentos dos conselhos tutelares da capital, foram divulgados nesta terça-feira (13) pela Gerência de Direitos Humanos (GDH). Além dos casos das zonas Sul e Leste, outros 31 casos foram registrados nas zona Sudeste e Centro/Norte.

Os dados totalizam 91 ocorrências. De acordo com Allan Cavalcante, secretário da Semcaspi, houve um aumento nos registros de abuso sexual realizados, de janeiro a junho deste ano, em relação ao ano passado. Apesar da mudança, ele alerta que, no período da pandemia, a negligência – saber do abuso e não denunciar – pode ter contribuído para o aumento.

“Ano passado, com as medidas mais rigorosas da pandemia da covid-19, mais pessoas ficaram em casa, intensificando o convívio familiar, foram registrados 70 casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Neste ano, quando as medidas mais rigorosas da pandemia foram liberadas, as pessoas saindo do trabalho remoto e as crianças voltando às aulas, os registros aumentaram para 90 casos. Isso não quer dizer que houve uma redução dos casos, mas sim das denúncias, ou seja, o crime acontecia, mas, por alguma situação não era denunciado. As zonas Sul e Leste são as que têm apresentado maiores índices e que merecem ações intensificadas de toda uma rede de proteção”, pontuou.

Confira a relação de casos registrados em cada região da cidade: 

Zona Sul: 38 casos;
Zona Leste: 22 casos;
Zona Centro/Norte: 17 casos;
Zona Sudeste: 14 casos.

VIOLAÇÕES ACONTECEM NO ÂMBITO FAMILIAR

A conselheira Socorro Arraes, do IV Conselho Tutelar, da zona Leste, destaca que a maioria das ocorrências de violações contra crianças e adolescentes acontecem dentro do próprio lar, no âmbito familiar.

“É no espaço da família onde tem acontecido a maioria destas ocorrências. O que é lamentável porque no lugar de proteger, são os principais responsáveis pelas violações de direitos e violências sexuais. Infelizmente, a gente constata que o agressor tem sido alguém próximo da criança ou do adolescente, um amigo da família, um padrasto, o próprio pai, um irmão, um tio. O que constatamos é que o vínculo familiar está fragilizado e que, apesar de termos avançado na política geral de proteção, precisamos fortalecer toda a rede para que os órgãos envolvidos atuem de forma mais efetiva”, esclareceu.

*Sob supervisão da jornalista Lucy Brandão.

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