Os juros do rotativo do cartão de crédito subiram ainda mais entre os meses de julho e agosto deste ano passando de 394,9% para 398,4% ao ano, informou nesta quarta-feira (28) o Banco Central (BC). A alta reflete o ciclo de aumentos consecutivos da taxa Selic, considerada a taxa básica de juros brasileira, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

Especialistas em orçamento pessoal indicam que o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial sejam usados somente em casos de extrema necessidade, exatamente por serem as modalidades de crédito com incidência e maiores juros.

Para quem preferir parcelar a fatura do cartão de crédito, os juros saem de 181,7% para 185,9% ao ano. Os chamados “juros totais” do cartão, que levam em conta o rotativo e o parcelado, passaram de 85,2% para 87,3%.

Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.

Outras taxas também subiram

No cheque especial, a taxa de juros passou de 127,4% ao ano para 128,6% ao ano de julho para agosto. Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).

Os dados divulgados nesta quarta pelo BC mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 27,6% ao ano em julho para 27,4% em agosto.

A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 29,4% ao ano em julho para 28,7% ao ano em agosto. No oitavo mês de 2021, estava em 21,1%.

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