Kelvyn Coutinho*
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Mesmo com a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que ninguém ficasse sem transporte público no dia das Eleições, muitos passageiros reclamaram nas paradas de ônibus porque os veículos demoravam a passar pelas ruas e avenidas de Teresina.
Ontem (2), dia das eleições, 100% da frota deveria circular por todas as zonas da capital para que os eleitores pudessem votar, mas não foi isso o que aconteceu.
“Não teve transporte público de jeito nenhum. Isso prejudicou bastante quem mora distante. Eu tive que ir de moto e deu certo na hora de votar. A gente depende do transporte público para muita coisa. A gente (também) depende do ônibus para ir votar”, disse a estudante Evelyn Sabrine.
A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) informou ao Portal ClubeNews que, atualmente, a frota do transporte coletivo de Teresina é composta de 273 veículos. No entanto, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro-PI), apenas 51 ônibus circularam na cidade no domingo.
Um documento com a escala de serviço dos trabalhadores do sistema de transporte coletivo foi cedido à TV Clube pelo sindicato, indicando que circularam: 13 ônibus do Consórcio Urbanus Teresina, que atende a zona Leste; 18 do Consórcio Theresina (Zona Sudeste); 4 do Consórcio Poty (Zona Norte) e 16 do Consórcio Sul (Zona Sul).
O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) apura se um suposto boicote foi feito por parte das empresas de ônibus, já que as reclamações por causa da ausência do transporte coletivo foram registradas por toda a capital.
“Eu recebi uma representação por parte do Ministério Público, despachei, mandei notificar as empresas. Determinei que os oficiais de Justiça fizessem as visitas para fazer essa verificação e parece que houve uma espécie de ‘boicote’ no transporte. Isso está em investigação. O que posso assegurar é que, se tiver de fato havido essa trama para prejudicar o transporte ao eleitor, as empresas serão responsabilizadas, civil e criminalmente”, informou o desembargador Erivan Lopes, presidente do TRE-PI.
Caso fique comprovado o descumprimento da determinação judicial, poderá ser aplicada multa no valor de R$ 50 mil por hora.
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) enviou uma nota afirmando que não foi informado em tempo hábil sobre o aumento da frota e disse que falta compromisso da prefeitura da capital com a regularização financeira dos altos débitos existentes para com as concessionárias.
Confira abaixo a nota na íntegra:
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que, mesmo não tendo a STRANS oficiado às concessionárias em tempo hábil e, de acordo com as determinações legais, todos os consórcios e/ou empresas, dispenderam grandes esforços, juntamente com os trabalhadores, para poder operar uma frota 140% maior do que a frota especificada para operar aos domingos.
O regulamento dos serviços de transporte determina, quando de modificações na frota e no pessoal, que as empresas sejam notificadas com pelo menos 05 dias de antecedência da data necessária.
O SETUT reitera que a operação com frota reforçada atendeu com folga a demanda de passageiros do último dia 2 de outubro, e que os serviços foram prestados em quantitativos superiores ao necessário, apesar da falta de compromisso da Prefeitura da capital com a regularização financeira dos altos débitos existentes para com as concessionárias.
A entidade reafirma o seu compromisso com o transporte público e que tem se dedicado a atender, da melhor forma possível, aos anseios e necessidades dos clientes/passageiros em Teresina.
Exoneração
O gestor da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), major Cláudio Pessoa, pediu exoneração do cargo no último sábado (1º). A informação foi confirmada nesta segunda-feira (3) pela Prefeitura de Teresina.
A exoneração deve ser publicada no Diário Oficial do Município ainda na edição de hoje.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto.
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