Neste dia 19 de outubro, o Especial 200 anos do Piauí, apresentado pela Rede Clube, mostrou personagens que transformam a história do estado e impulsionam a economia local, desde a culinária e a costura até os parques de produção de energia eólica.
No município de Piripiri, na região Norte do estado, a segunda maior riqueza da economia local é a indústria. Com 64 mil habitantes, a região está repleta de profissionais com vocação para o setor. A família de Gorete Rosa se encontrou no ramo da confecção com uma fábrica de produção de peças jeans, fundada há 32 anos. “Fazemos parte desse grande segmento que é a indústria de confecção. Aqui em Piripiri tem inúmeras fábricas, cidade de muitos empreendedores”.
Atualmente, ela emprega 20 funcionários e a filha, Jéssica Rosa, que assume cargo de comando no empreendimento como gerente de marketing. “Para mim, sempre foi muito fácil esse universo, e como é uma coisa que eu amo muito, sou a minha maior vendedora porque onde eu chego eu falo, mostro meus produtos, estou sempre usando. Para empreender nesse ramo foi natural”.
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), assim como Gorete, cerca de 165 mil mulheres piauienses seguiram o mesmo caminho e participam da gestão ou são chefes do seu próprio negócio. Dados do Sebrae informam que 36% dos líderes empresariais em atividade no estado são do sexo feminino. Gorete conta que o maior símbolo de sua liderança, até hoje, foi não parar durante o período mais crítico da pandemia.
Em Campo Maior, o programa destaca a cidade como a terra da Carne de Sol, representada pelas dezenas de açougues situados às margens da rodovia BR-343, que atravessa todo o município. O carro-chefe da culinária regional, de origem nas antigas fazendas de gado, firma presença nos pratos piauienses até os dias atuais.
A secagem da carne faz parte da história do estado, utilizada para conservar o alimento durante as longas viagens, explica a professora de gastronomia Mariana de Morais Sousa, tecnóloga em Alimentos e Gastronomia, que leciona no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI). A Carne de Sol é utilizada em vários preparos culinários, inclusive indígenas como na paçoca.
“Antigamente não haviam métodos adequados de conservação e a secagem dos alimentos foi uma técnica utilizada para isso. A partir daí, surgiram várias preparações, como a carne de Sol utilizada na paçoca. O prato tem origem da culinária indígena. Eles pisavam a carne seca, não cozinhada, para facilitar o consumo, mas quando misturaram com a farinha da mandioca perceberam que o sabor ficou diferenciado”, disse ao Portal ClubeNews.
Com a grande invenção “de dar água na boca”, o empreendedor piauiense consegue explorar esse encanto nas mesas dos restaurantes. Renato Santos, gerente de um restaurante na zona rural de Campo Maior, afirma a Carne de Sol, a Galinha Caipira e o Capote como tríade de sabores que dominam o cardápio e fazem sucesso no estabelecimento.
O biomédico Renato ajudo concilia duas funções: ser profissional de saúde e empreendedor gastronômico. “Já existia um barzinho da minha mãe, e eu decidi expandir (para um restaurante). Eu acredito que é um mercado que está em crescimento, sempre inovando, sempre crescendo”
O estado se desenvolve no mesmo ritmo em que absorve novos tipos de negócios. Seja indústria, comércio ou gastronomia; o certo é que o Piauí tem abertura para diversos tipos de empreendimentos, até os mais avançados.
Em Parnaíba, o primeiro parque de geradores de energia eólica foi levantado em 2009, há mais de dez anos. A Eólica Pedra do Sal, abastecida pela força dos ventos litorâneos do estado, movimentam e fortalecem a economia do Piauí. “Ele traz o incremento de empregos especializados, traz impostos, movimenta a economia da cidade porque a eólica precisa comprar insumos para a sua manutenção”, diz Marcio Leal.
O parque levou um pouco mais de um ano para ser construído. No início, foram instalados 20 aerogeradores, que ocupam até hoje uma área maior que 200 hectares nas margens da praia que leva o mesmo nome: Pedra do Sal. Ainda falta muito para o fim do primeiro contrato de exploração do serviço no estado, mas a produção de energia eólica já está consolidada.
A quantidade de energia gerada no parque eólico abasteceria com folga uma cidade do tamanho de Parnaíba, um exemplo de potencial econômico no setor energético do estado e do país. A Eólica Pedra do Sal é um dos exemplos mais eficientes de produção de energia renovável no Brasil.
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