
Um estudo sobre equidade de gênero feito pelo Instituto Ipsos a pedido da Ambev revelou que 50% dos entrevistados concordam que a cozinha doméstica ainda é vista pela sociedade como um trabalho das mulheres.
Enquanto isso, as cozinhas profissionais são dominadas pelos homens – apenas 7% dos grandes chefes em restaurantes renomados são do sexo feminino.
Essa tarefa difícil de conquistar um espaço no mercado de trabalho e vencer o preconceito enfrenta ainda entraves como a falta de tempo e de qualificação. Ainda de acordo com a pesquisa, 45% das mulheres buscam por algum tipo de profissionalização, mas esbarram na falta de tempo e dinheiro.
O estudo mostrou que 29% das profissionais de cozinha já sofreram discriminação de gênero – que é o preconceito por serem mulheres. Muitas já pensaram em mudar de profissão por falta de oportunidade.
Um terço das pessoas que responderam à pesquisa acreditam que as mulheres não conseguem crescer na gastronomia porque não são ouvidas pelos chefes homens. Mais de 35% das mulheres já tiveram suas criações e autorias de pratos roubadas.
Aqui no Piauí a gente tem exemplos de mulheres que conseguiram se destacar nessa profissão e contam que o caminho para o sucesso foi cheio de dificuldades. É o caso da chefe e empresária Lorena Dayse, que ficou em segundo lugar em um reality show de culinária que reúne chefes de vários estados do Brasil. Atualmente ela possui dois restaurantes em Teresina e ambos ressaltam a cultura e a gastronomia da terra, sem deixar de lado o sabor em pratos feitos com a experiência de quem estudou muito e batalhou muito para chegar onde chegou.
“O preconceito vem de todos os lados, tanto do cliente quanto dos empresários. Quando eu fui abrir o restaurante já queria ter uma equipe 100% feminina. E a primeira coisa que me disseram é que mulher dava trabalho demais, que mulher engravida, que mulher tem TPM. Aí eu fiquei olhando assim… e pensei ‘estão dizendo isso pra mim que sou mulher?’. Eu sou uma mãe atípica, tenho um filho com autismo e construí uma carreira de sucesso. É mais difícil, mas a gente consegue”, destaca.
Ela conta ainda que venceu o desafio de montar uma equipe predominantemente feminina e, atualmente, as funcionárias mais antigas e com menos rotatividade são mulheres.
Juntas na Mesa
A pesquisa encomendada pela Ambev ao Ipsos faz parte do projeto Juntas na Mesa, que vai investir R$ 10 milhões por meio da marca Stella Atrois para promover a equidade de gênero na gastronomia, aumentando o protagonismo das mulheres e fomentando o empreendedorismo feminino.
A pesquisa mostrou que muitas profissionais que trabalham na gastronomia no Brasil sonham em ter o próprio negócio, mas encontram dificuldade na obtenção de crédito: cerca de uma em cada três mulheres afirma que empreender no setor custa mais caro em comparação aos homens.
“Juntas Na Mesa é a plataforma de transformação social de Stella Atrois em prol de uma gastronomia com mais protagonismo feminino e equidade de gênero. Com o Bees Bank, fintech da Ambev, vamos trazer uma oferta de crédito para apoiar até mil mulheres com R$ 60 mil. Para mulheres que desejam adquirir mais conhecimento, mas não conseguem por falta de tempo e dinheiro, nos unimos à ONG Gastromotiva para criar um programa que vai atender até mil mulheres com cursos online”, destaca a gerente de Relações Públicas para marcas na Ambev, Carolina Garrido.
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