
Thálef Santos*
thalefsantos@tvclube.com
Desde a pandemia os valores de materiais de construção se elevam no mercado. Foi um aumento de 50,04% no custo dos materiais em dois anos, segundo a Fundação Getúlio Vargas. A situação desanima empresários com pouco movimento nas lojas e adia o sonho da população que deseja construir o próprio negócio. Além disso, obras e reformas acima do orçamento foram adiadas ou acabaram prolongada sua data de finalização.
O gerente de uma loja do setor, Cícero Campos, informa que alguns materiais chamaram mais atenção. “O piso em si, é um produto que leva junto vários itens. Ele caindo traz uma perda muito grande para gente”, alega. Enquanto o mercado teme a perda, a população sofre o custo.
INTERROMPIDO
Os proprietários de um restaurante no bairro Dirceu em Teresina se viram obrigados a reprogramar a reforma e ampliação do estabelecimento quando os gastos ultrapassaram o orçamento inicial previsto. Para conseguir investir no negócio e prontificar o espaço para a recepção de clientes, os donos receberam ajuda da família.
O auxiliar de serviços gerais e um dos proprietários do restaurante, Augusto César de Alencar, diz que antes da pandemia um saco de cimento custava R$ 28 e, após dois anos, o valor passou a custar, no mínimo, R$ 49. “A inflação está tão terrível que não sabemos onde vamos parar. Eu, minha esposa, filha e filho juntamos todo nosso dinheiro para levantar a construção e mesmo assim está se arrastando”, explica.

ECONOMIA E POLÍTICA
A arquiteta e representante dos lojistas de materiais de construção, Teresa Mesquita, diz que o motivo do aumento está na produção desses artigos, que utiliza matérias-primas também em alta no mercado, ou na cotação destes. O cobre da fiação elétrica e as luminárias de LED, por exemplo, são cotados em dólar, moeda em alta. Em outro exemplo, o PVC dos tubos de conexões são feitos de petróleo, também relacionado à moeda americana.
“Hoje temos a redução do desemprego, mas que ainda é alto; temos redução da inflação, mas ela ainda é alta; e o que não temos é um aumento na renda das pessoas. Se elas não tem dinheiro elas não fazem compras de construção, até porque esses gastos são sempre grandes, não importa se é um banheiro ou um edifício inteiro. Para quem está tomando essa decisão é sempre um empenho alto em financeiro”, ressalta.
Ela afirma que a mudança econômica nesse cenário também vai depender da decisão política no país com as eleições. “O setor da construção civil já espera a alguns anos esse momento para crescer”, finaliza.

COMO ECONOMIZAR
Na tentativa de driblar os obstáculos econômicos do setor, especialistas no campo orientam regras básicas, já que a situação não depende do consumidor. São elas:
– Faça comparação de preços entre estabelecimentos
– Verifique uma mão de obra dentro do seu orçamento
– Veja no mercado de construção civil se vale a pena ou não investir no imóvel neste momento
*Sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso.
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