
Luana Fontenele*
luanafontenele@tvclube.com.br
Funcionários e usuários do sistema de saúde do município de Teresina e do Estado do Piauí, reclamam da falta de medicamentos e insumos básicos nos hospitais e farmácias populares.
Um funcionário que prefere não se identificar, afirma trabalhar em hospitais públicos de Teresina, administrados pela Fundação Municipal de Saúde (FMS), e alega que não possui o básico para atender os pacientes.
“Hoje, se você chegar em um hospital, não tem soro fisiológico e existem medicações que precisam ser administradas dentro do soro. Os pacientes estão comprando e levando para o hospital. Não está tendo omeprazol via oral, diclofenaco, cetroprofeno, tilatil, ou seja, diversas medicações prescritas pelos médicos, não têm para os pacientes”, conta o funcionário.
A idosa Maria do Socorro de 61 anos, sofre com câncer de pulmão e precisa fazer um tratamento com 24 ampolas de um medicamento que custa mais de R$ 35 mil a unidade, e é fabricado no Reino Unido.
Sem poder arcar com o alto custo, a esperança era de conseguir o medicamento por meio do governo do Estado.
“Essa medicação é o que pode salvar a vida dela, e o tratamento são dois anos. Nem sempre a gente vai ter esse dinheiro”, conta a nutricionista Vanusa Alencar, filha da idosa.
Sem resposta sobre o medicamento, a família de Maria do Socorro, entrou na justiça para conseguir a medicação. O prazo dado para o recebimento foi até o final de novembro, porém, até o momento a família não obteve resposta sobre a situação.
De acordo com pesquisador em saúde pública da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e membro do Conselho Estadual de Saúde, Emídio Matos, falta gestão para organizar as demandas da área da saúde.
“Com a pandemia, houve um redirecionamento da produção de insumos e acabou faltando, mas isso já foi corrigido e os gestores têm que se preparar compreendendo esse novo cenário que a gente vive, e atender ao direito à saúde que cada cidadão tem”, destaca o pesquisador.
Diante da situação de alguns pacientes que dependem de medicamentos, o Conselho Estadual de Saúde informou que deve entrar com uma ação junto ao Ministério Público, para cobrar respostas da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi).
O presidente da Fundação Municipal de Saúde de Teresina (FMS), Gilberto Albuquerque, afirma que a falta de insumos na capital, é decorrente da pandemia e nega qualquer débito com fornecedores de materiais hospitalares.
“Todas as empresas estão sendo catalogadas na diretoria administrativa financeira e estão recebendo ou receberão os seus recursos conforme o planejamento”, conta Gilberto Albuquerque.
*Estagiária sob supervisão da jornalista Malu Barreto.
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