Carlienne Carpaso, Francine Dutra e Lucas Pessoa
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Os motoristas, cobradores e outros trabalhadores do sistema de transporte público paralisaram as atividades na manhã desta quinta-feira (22). Os ônibus estão parados nas principais praças do Centro de Teresina, como a Saraiva, João Luís e Bandeira. Eles reivindicam o pagamento do salário deste mês de dezembro, pois, segundo o sindicato da categoria, mais de 1.200 trabalhadores estão com o salário atrasado.
Além disso, parte os profissionais também está sem receber a segunda parcela do 13º salário. Por lei, a segunda parcela devera ser pago até o dia 20 de dezembro. Os trabalhadores também realizam uma manifestação em frente à Prefeitura de Teresina.
“O 13º eles pagaram para uma parte dos trabalhadores, mas está faltando a quinzena do dia 20. Não é que esteja atrasado, disseram que não irão fazer esse pagamento, alegando que não receberam subsídio do município. Inclusive tivemos um acordo feito lá no TRT sobre isso, só que foi um acordo falado, porém uma das partes deixou de cumprir”, revelou Antônio Cardoso, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro).
– PARALISAÇÃO
Os ônibus devem ficar sem rodar por pelo menos três horas durante a parte da manhã. Pela tarde o ato volta acontecer das 15h às 17h. Nesta manhã, iniciou por volta das 6h, quando os veículos deixaram as garagens, iniciaram a rota e pararam no Centro de Teresina.
O Sintetro informou que, se os trabalhadores continuarem sem receber, a paralisação deve continuar pelos próximos dias. “Enquanto durar essa situação, vai ser todos os dias e não temos previsão para parar até resolverem esse problema. Queremos o diálogo e que essa situação se resolva de forma amigável. Aquelas empresas que forem pagando, nós vamos liberar os trabalhadores para seguir com o serviço”, reforça Antônio Cardoso.
Da 11 empresas que responsáveis pelo transporte coletivo na capital, apenas uma efetuou o pagamento dos trabalhadores. “Até agora recebemos apenas um telefonema de uma empresa de São Luís, que realmente fez o pagamento agora do 13º e o adiantamento, então esses trabalhadores já receberam seus rendimentos e serão liberados da paralisação, mas das 11 empresas só uma pagou até agora”.
Em alguns dos ônibus, muitos passageiros se revoltaram e não queriam sair do veículo. Um motorista, que preferiu não ser identificado, comentou que apesar de sentir a dor da população, pede compreensão pelo ato.
“Precisamos nos manter, pagar as contas, alimentação. Estamos reivindicando pelos nossos direitos que não estão sendo cumpridos. Infelizmente sentimos por ter que deixar muitos trabalhadores sem ter como se deslocar, mas essa situação também causaria revolta se fosse com eles”, comenta.
O Superintendente da STRANS, Bruno Pessoa, falou que não foi informado sobre o movimento e garantiu que honra o compromisso de manter em dias os repasses financeiros junto às concessionárias.
“Fomos surpreendidos com essa paralisação, apesar dos repasses que fizemos durante o ano. Entre os meses de fevereiro e setembro, repassamos cerca de R$ 2 milhões a cada mês e em outubro e novembro, o repasse foi de aproximadamente R$ 10 milhões. A questão trabalhista entre os sindicatos patronal e laboral não se justifica pelos montantes que estamos repassando constantemente”, disse.
O QUE DIZ O SETUT
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) esclarece que “realizou o pagamento da 2ª parcela do 13º salário aos trabalhadores do transporte público da capital nesta terça-feira (20), mas que o adiantamento salarial só poderá ser pago quando a prefeitura efetivar o repasse dos subsídios contratuais”.
Também em nota, o Setut reiterou a que a “Prefeitura Municipal de Teresina não vem cumprido com sua parte do acordo, que seria repassar aos consórcios municipais o subsídio previsto e indispensável para o devido pagamento do setor”.
“Embora o repasse tenha sido acordado entre a Prefeitura e o SETUT durante audiência no 26 de novembro no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o mesmo ainda não foi cumprido por parte da gestão municipal”, finalizou.
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