
Emanuel Pereira*
emanuelpereira@tvclube.com.br
Como seria o mundo sem humor? Este foi o questionamento crítico e nada cômico proposto por Rodrigo Anderson, de 24 anos, no Dia do Comediante, comemorado no dia 26 de fevereiro. Nascido em Brasília-DF, o artista mora na capital piauiense desde 2008, onde atua em espetáculos teatrais e shows de comédia.
A arte de fazer o público sorrir nem sempre proporciona alegria aos artistas locais, que percebem o quanto são subestimados ao se depararem com teatros quase vazios e cachês pouco atrativos.
Entrevistado pelo Portal ClubeNews, o comediante falou sobre sua jornada no mundo artístico e fez uma avaliação a respeito da valorização da classe artística do Piauí.
CARREIRA PROFISSIONAL
Sete anos após chegar a Teresina, Rodrigo deu início à sua carreira, ao assistir a um show de Dirceu Andrade, no Theatro 4 de Setembro. A partir de então, ele começou a se apresentar em apresentações de comédia no Teatro do Boi.
Em 2017, teve sua primeira grande oportunidade, pela qual conheceu vários ícones da comédia piauiense.
“Eu conversei com o Dirceu e ele deixou eu me apresentar com ele durante suas apresentações no Theatro. Graças a ele, conheci Amaury Jucá, Jackstênio Rodrigues, João Cláudio Moreno, Bruno Lima, Zé do Ovo e o Whindersson Nunes, com quem me apresentei em 2018”, disse.
Em seguida, o comediante fez shows em mais de 40 escolas da cidade. Também fez apresentações solo de stand-up comedy e participou de grupos de comediantes. Atualmente, ele faz parte de um grupo conhecido como “Tripé da Comédia”, que realiza shows mensais no município de Timon.
VALORIZAÇÃO DA CLASSE ARTÍSTICA
O entusiasmo demonstrado por Rodrigo ao falar sobre o seu trabalho não o impede de perceber o lado trágico de ser artista em Teresina.
Segundo o comediante, estes profissionais não são valorizados pela população.
“As pessoas aqui só valorizam quem vem de fora. Ou então aqueles que são piauienses e estão fazendo sucesso lá fora. Eu também penso dessa forma porque cobro um valor acessível para assistir às minhas apresentações e o público ainda reclama do valor”, relatou.
Rodrigo tem como referência grandes comediantes nacionais, como Fábio Porchat e Nando Viana, mas também possui muita admiração pelos profissionais da capital.
“Eu gosto muito das histórias dos comediantes de Teresina e espero que o povo passe a valorizar mais os humoristas daqui, pois muitos vivem disso”, declarou.
COMO SERIA O MUNDO SEM HUMOR?
Ainda que a valorização seja pequena, o prazer de ser comediante e levar alegria às pessoas se sobrepõe às intempéries do mundo artístico.
Para Rodrigo, é gratificante exercer esta profissão, especialmente em um momento no qual a sociedade enfrenta guerras e as consequências da pandemia da Covid-19. Dessa forma, ele faz um questionamento a quem ainda menospreza os comediantes.
“Eu também gravo vídeos de comédia e as pessoas comentam que eu as salvei da depressão ou de algo parecido. Isso é algo incrível para mim. Acredito que a vida necessita de comédia, senão tudo seria sem graça. Diante disso, eu pergunto: como seria o mundo sem humor?”, pontuou.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto
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