8 de junho de 2025

Mulheres que brilham: jovem de 24 anos troca curso de matemática pela arte em crochê

Emanuel Pereira

Publicado em 04/03/2023 10:30

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Rayane trabalha com crochê há 4 anos (Foto: Reprodução/Instagram @crocheda.ray)

Emanuel Pereira*
emanuelpereira@tvclube.com.br

Muitos netos têm boas lembranças de suas avós crochetando enxovais, toalhas e panos de prato. O ofício é geralmente associado às idosas, mas se engana quem pensa que essa arte não conquista os mais jovens. Uma piauiense de 24 anos rompeu esta ideia e teceu uma nova história para sua vida ao trocar os números da matemática pelas linhas e agulhas do crochê.

Rayane Lima, quando tinha 16 anos perdeu o pai e, três dias após completar 20 anos, sua mãe também faleceu. A dor do luto e a situação financeira fez ela se reerguer para montar o próprio negócio.

Nesta matéria especial do Dia Internacional da Mulher, o Portal ClubeNews apresenta a história da teresinense Rayane Lima, que brilha no mundo do empreendedorismo por meio do crochê.

SONHOS E PERCALÇOS

A perda dos pais foi somente uma dentre tantas dificuldades que Rayane e seus cinco irmãos enfrentaram. Rayane conta que a família já vivenciou vários problemas financeiros.

“Nasci em Teresina (PI), mas cresci em Timon (MA). Sou a caçula de seis irmãos. Após meu pai falecer, a gente passou a morar de favor e às vezes era difícil até ter acesso à comida”, relatou.

A jovem foi aprovada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para cursar Matemática na Universidade Federal do Piauí (UFPI) aos 18 anos. Dois anos depois, foi pedida em casamento. Tudo estava bem, até a mãe falecer de forma inesperada.

“Nove meses depois, eu casei e tranquei o curso quando estava no sétimo período, pois não era o meu sonho. Eu queria algo mais”, declarou.

Casada e morando de aluguel, Rayane precisava mudar de vida. Trabalhar com crochê foi o fator que possibilitou essa mudança.

Rayane faz várias peças de crochê (Foto: Reprodução/Instagram @crocheda.ray)

ARTE EM CROCHÊ

A empreendedora conta que aprendeu a fazer crochê aos 16 anos, mas passou a exerceu a profissão de crocheteira somente há quatro anos. Ela deixou a universidade e foi em busca de seu verdadeiro sonho.

“Conversei com meu esposo e criei um canal sobre (crochê) no YouTube. Decidi trabalhar com o crochê, pois não queria trabalhar para ninguém. Sempre quis ser minha própria chefe”, afirmou.

A realização deste sonho permitiu ela alcançar outros objetivos. Rayane e o esposo conseguiram comprar a casa própria após três anos de muito trabalho.

O sucesso não bateu facilmente à porta da empreendedora. Pelo contrário, muitas portas se fecharam quando ela buscou incentivo.

“Empreender é gratificante, eu me sinto livre, mas não é fácil. Percebi não haver tanto fomento ao empreendedorismo feminino. Quando comecei, fui a muitas lojas em busca de apoio e não consegui nenhum”, relatou.

A jovem transformou toda essa experiência negativa em motivação para realizar seu trabalho. Bolsas, tapetes, panos de prato e até porta-copos são produzidos pela trabalhadora, que já conquistou clientes em todo o Brasil.

INCENTIVO A OUTRAS MULHERES

Rayane expande seu conhecimento a outras mulheres que almejam ser donas do próprio negócio. Por meio de vídeo-aulas e outros conteúdos, ela reforça que é possível viver de produzir peças de crochê. Ademais, ela ensina técnicas de vendas e de precificação.

Com toda essa experiência, ela aprendeu que ser mulher é um misto de força e delicadeza.

“Ser mulher é ter garra, é correr atrás dos seus sonhos, é ser frágil e delicada, mas também ser forte quando necessário. Ser mulher é ser perfumada como uma flor e linda como uma borboleta”, finalizou.

 

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*Estagiário sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso 

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