Emanuel Pereira*
emanuelpereira@tvclube.com.br
A Batalha do Jenipapo comemora 200 anos de história, nesta segunda-feira (13), com a exposição de trabalhos artesanais no Monumento Heróis do Jenipapo, em Campo Maior (PI), a 84 km de Teresina (PI). Para o evento, a artista floral Francisca Daiane criou uma flor com 90cm de diâmetro e quase 2m de altura. A grandeza do objeto é proporcional à importância deste episódio para a História do Brasil.
A empreendedora é uma das coordenadoras do Projeto “Arte na Praça”, que acontece mensalmente, desde o ano passado, em uma praça da cidade. Com mais de 60 artesãos e artistas locais, o grupo criou uma proposta diferente com o intuito de homenagear os guerreiros da batalha.
Cada artista desenvolveu uma peça em alusão ao momento histórico. Daiane escolheu criar uma flor gigante, inspirada em decorações de bailes e festas internacionais.
“Essas flores estiveram presentes em desfiles, aniversários de famosos e até mesmo no baile da Vogue. Eu já estava com vontade de fazer uma e a oportunidade surgiu quando o projeto teve essa ideia de criar objetos para a comemoração da Batalha do Jenipapo”, disse.
Com muita criatividade e dedicação, a artesã mostrou que é possível um objeto delicado reverenciar uma guerra.
HEROÍNAS DO JENIPAPO
O aniversário da Batalha é comemorado próximo ao dia 8 de março, data dedicada às mulheres. Por isso, Francisca Daiane escolheu homenagear as heroínas do Jenipapo.
Para representar a força destas mulheres, a artesã escolheu criar uma peça na cor bronze. A base do objeto é uma espingarda, em alusão a quem lutou na guerra.
“A base da peça vai ser a espingarda e a flor gigante surge no cano da arma, para representar as heroínas, que também devem ser lembradas por todos”, afirmou.
A BATALHA DO JENIPAPO
A Batalha do Jenipapo aconteceu no dia 13 de março de 1823 e, segundo historiadores, foi decisiva para a independência do Brasil.
Nela, cearenses e maranhenses se juntaram ao povo do Piauí para lutar contra resistentes tropas portuguesas lideradas pelo Major João José da Cunha Fidié.
O confronto aconteceu às margens do Rio Jenipapo, onde, atualmente, encontramos a cidade Campo Maior, no Piauí.
“A batalha se iniciou após terem sido descobertas as intenções do comandante das tropas portuguesas: manter a região sob o domínio português para abafar os movimentos de independência que se desenvolviam na área. Os brasileiros decidiram então impedir que o plano dos portugueses fosse realizado e travaram uma luta entre o Império do Brasil e o Reino Unido de Portugal”, conta o Governo do Piauí.
Do lado brasileiro pessoas simples (lavradores, artesãos, escravos, roceiros, vaqueiros etc.) enfrentavam o lado português com soldados bem treinados e armados.
O Governo do Piauí defende que “a batalha do Jenipapo é conhecida como uma das mais sangrentas batalhas realizadas no solo brasileiro. Isso se deve ao fato de que os brasileiros não foram para a luta com armas de guerra, e sim com facões, machados, porretes e armas artesanais. Cerca de 200 brasileiros foram mortos e outros 542 foram feitos prisioneiros por Portugal, enquanto 116 portugueses morreram e 60 ficaram feridos”.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso
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