
O réu Nilvan Maciel Neiva, acusado de matar a professora Leonor Moreira da Silva, em agosto de 2005, prestou depoimento ao Tribunal do Júri, nesta terça-feira (14). O homem se declarou inocente e afirmou que o crime foi cometido por sua ex-mulher e filha da vítima, Clarissa Silva Oliveira Neiva. “Ela matou a mãe e colocou a culpa em mim”, declarou.
Conforme o acusado, a filha de Leonor era uma pessoa bastante violenta, principalmente quando ingeria bebida alcoólica. Ele afirmou que já foi esfaqueado pela ex-esposa.
“Convivi cerca de 7 anos com ela e sempre havia muitas brigas devido ao ciúme dela. Fui esfaqueado na barriga e no pulso, ao tentar me defender, e peguei alguns pontos. Não registrei boletim de ocorrência, pois Clarissa é mãe dos meus filhos”, disse.
O homicídio ocorreu na residência da professora, durante a comemoração de seu aniversário. Nilvan negou que se desentendeu com Leonor por conta da música da festa.
O réu admitiu ser o dono do revólver usado no crime e, naquele mesmo dia, tentou vendê-lo.
“A arma pertencia a mim e eu tinha a intenção de vender. Eu temia que pudesse acontecer alguma tragédia, pois Clarissa era violenta e, quando bebia, ficava transtornada. No dia do crime, foi ela quem guardou o revólver”, pontuou.
VERSÃO DO CRIME SEGUNDO O RÉU
Nilvan relatou que, na tarde do crime, discutiu com Clarissa porque ele queria ir até a casa de um tio. Então, ela teria ido para o quarto muito abalada e Leonor tentou acalmá-la.
O acusado afirma que foi até o quarto trocar de roupa e viu sua então esposa com o revólver. Ele alega que, durante o fato, houve três disparos.
“Eu vi Leonor dela pedindo para Clarissa ter calma. Quando entrei no quarto, ela estava com a arma e efetuou o primeiro disparo. Eu corri para o fundo da casa, mas não consegui sair, pois estava com as grades fechadas. Então, eu retornei para a casa e, novamente, encontrei ela com a arma e a dona Leonor entre a gente, tentando acalmá-la. Clarissa efetuou o segundo disparo e eu vi que dona Leonor foi atingida. Corri desesperado para fugir no carro. Quando entrei no carro, ouvi outro barulho de tiro”, destacou.
VERSÃO DO CRIME SEGUNDO CLARISSA
Clarissa alega que Nilvan não tinha licença para andar armado e tentou vender o revólver durante o aniversário, mas nenhum convidado aceitou.
As discussões continuaram ao longo da comemoração e, quando as pessoas foram embora, o réu teria pego a arma para matar Clarisse, que se escondeu em um banheiro
Ela afirma que a mãe foi morta com dois tiros na cabeça ao tentar conversar com Nilvan.
“Minha mãe foi tentar conversar com ele para tomar a arma dele, lá de dentro escutei os tiros, ele tinha atirado nela”, relatou.
MATÉRIA RELACIONADA
Acusado de matar a sogra é julgado após 17 anos do crime; vítima protegia a filha
Siga o Portal ClubeNews no Instagram e no Facebook.
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp ou Telegram.