Isadora Cavalcante*
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Sem acordo, os motoristas e cobradores do transporte coletivo de Teresina decidiram manter a greve por tempo indeterminado. Os trabalhadores reivindicam o pagamento dos salários e benefícios atrasados e a assinatura da convenção coletiva.
Durante a assembleia dos motoristas e cobradores do transporte coletivo, que aconteceu por volta das 9h desta sexta-feira (17), os trabalhadores decidira continuar com a greve, pois ainda não tiveram as demandas atendidas pelos empresários.
O presidente do sindicato dos trabalhadores, Antonio Cardoso, comentou que “nem prefeitura (de Teresina) nem os empresários querem negociar com a categoria”.
“Diante dessa situação humilhante, o que resta aos profissionais é isso. É doloroso, mas é necessário”.
Logo pela manhã de hoje (17/03), os usuários voltaram a reclamar dos transtornos enfrentados no deslocamento pela cidade. Esse é o caso do consultor de vendas, Felipe Cabral, usuário diário de transporte coletivo, que conta o prejuízo enfrentado para chegar a tempo no trabalho.
“É um descaso com a sociedade. Cheguei aqui e já faz muito tempo que não passa um ônibus na parada. Eu deveria estar no emprego 8h e não possuo previsão de quando vou chegar. É triste demais”.
Greve
Os motoristas e cobradores de ônibus de Teresina reivindicam a assinatura de uma convenção coletiva que defina o reajuste nos salários e os benefícios que a categoria tem direito.
Eles denunciam ainda atrasos nos salários. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Transportes Rodoviários (Sintetro), os trabalhadores de cinco das empresas que compõem o sistema estão com seus salários atrasados desde fevereiro.
No processo, o Sintetro afirmou que o atraso dos salários acontece de forma reiterada, o que estaria afetando a saúde mental dos trabalhadores.
Strans
A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) informou ao Portal ClubeNews que, na manhã desta quinta-feira (17), somente 112 veículos alternativos foram cadastrados para circularem durante a greve.
Além disso, pela falta de ônibus, a Superintendência de Transportes liberou as faixas exclusivas e corredores de ônibus para todos os condutores de carros e motocicletas, enquanto durar a greve no transporte público na capital.
O que diz o Passageiro?
A dona de casa, Maria de Oliveira, conta ao ClubeNews que mesmo com o cadastro dos transportes alternativos a demanda não supre a necessidade dos usuários.
Ela, que mora na zona Sudeste, relata a máxima lotação das vans já nas primeiras horas da manhã fora o tempo de espera que pode chegar até duas horas na parada.
“Não estão valorizando a vida; estão valorizando o dinheiro. Muita gente, a van de 6h10 vem muito lotada, porque é muita gente e não tem ônibus na cidade; e na hora de volta é só Deus mesmo. Os motoristas têm razão, a culpa é das empresas que não pagam e isso prejudica toda a população. A população que paga no final”, destacou a usuária.

TRT e PMT
Nesta quinta-feira (16), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que as empresas de transporte público de Teresina tem até 24 horas para pagarem o salário do mês de fevereiro aos trabalhadores.
Em seguida, a Prefeitura de Teresina também informou que irá repassar R$ 1,5 milhão para as empresas do sistema. Esse dinheiro será para o pagamento dos salários atrasados dos trabalhadores.
Estagiário sob supervisão da jornalista Carlienne Carpasso
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