
Emanuel Pereira*
emanuelpereira@tvclube.com.br
DIA DO ARTESÃO. O 19 de março é dedicado a enaltecer quem faz trabalhos artesanais e enriquecem a cultura local. Estas pessoas deveriam ser mais valorizadas, especialmente pelo poder público, mas nem sempre isso acontece. Muitos artesões ainda precisam tirar dinheiro do próprio bolso caso pretendam viver desta arte.
A professora Rita de Cássia, de 52 anos, coordena um projeto de incentivo ao trabalho de artesãs do bairro Parque Sul, zona Sul de Teresina. Aos sábados, ela se reúnem na Praça do Guiné com o intuito de fomentar a economia da região.
Cada artesã colabora com a simbólica quantia de R$ 15 para financiar o projeto, que ainda não recebe apoio de órgãos públicos.
“Não temos apoio do poder público. A luta sempre foi só nossa, faça chuva ou faça sol. O dinheiro é investido no aluguel de mesas, cadeiras e toalhas, que deixam a feira mais organizada. Quando queremos realizar eventos maiores, com alguma atração artística, os comerciantes locais nos ajudam”, disse a professora.
Há cerca de um ano e meio, o projeto promove reconhecimento ao trabalho artesanal, estimulado pela força e a criatividade de mulheres empreendedoras.
O COMEÇO
Rita de Cássia coordena o “Feira na Praça” graças à ideia de sua afilhada, Jéssica Vanessa, que sugeriu a formação de um grupo de profissionais para se reunirem na praça do bairro Parque Sul. A princípio, somente quatro mulheres aceitaram participar do projeto.
A motivação dessa iniciativa foi a pandemia da Covid-19. Conforme a professora, muitas artesãs estavam em uma situação econômica difícil e precisa de renda para sustentar a família.
“O intuito é levantar renda para estas mulheres. Após a pandemia, esta necessidade aumentou. Muitas vendiam seus produtos através das redes sociais e grupos de WhatsApp da comunidade”, relatou.
O propósito de ajudar estas trabalhadoras fez Rita de Cássia persistir no projeto, mesmo sem o incentivo de órgãos públicos.
Um ano e meio após o início, o “Feira na Praça” contempla cerca de 25 profissionais. “A luta na comunidade é longa. Fiz parte de Associação de Moradores e fui professora por mais de 15 anos em escolas do bairro. Percebo que precisamos valorizar estas pessoas e o intuito da iniciativa é exatamente esse”, pontuou.

IMPACTO SOCIAL
O projeto abrange diversos segmentos artesanais. A Camila Neiva, de 30 anos, trabalha com a produção de objetos decorativos de feltro.
Camila começou a produzir em 2017, quando deu à luz ao seu primeiro filho, mas somente três anos depois a artesã deu início às vendas. Ela ressalta que as reuniões na praça são benéficas à comunidade.
“Além de ajudar a divulgar meu trabalho, a comunidade também é favorecida porque é uma opção de lazer para os moradores da região”, frisou.
A coordenadora endossa a afirmação da artesã. Conforme Rita de Cássia, em datas especiais, como o Dia Internacional da Mulher, o projeto é realizado de forma diferente.
As mulheres sempre se esforçam para levar mais atrações à praça e, assim, causar um impacto social ainda maior.
“A feira atrai a comunidade para a praça, onde se encontram alguns outros empreendedores do setor alimentício. Procuramos incluir também a cultura, com apresentações de artistas do bairro”, concluiu.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso
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