
Isadora Cavalcante, Simplício Júnior e Carlienne Carpaso
isadora.cavalcante@tvclube.com.br
Quem visita o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na zona Sul de Teresina, normalmente, busca por informações sobre crimes contra a vida. E foi justamente em uma transmissão ao vivo da repórter Ângela Bispo, da TV Clube, sobre investigações de um caso específico, que uma imagem chamou atenção: policiais lotados no DHPP cuidando de dois gatos. E isso não foi à toa. Mimoso e boneca são os xodós do departamento.
O coordenador do DHPP, Francisco Costa, “o Barêtta”, defende que os animais devem ser tratados com carinho e atenção, caso contrário, se duvidar, o policial pode até receber punição disciplinar. O gestor ressalta que se uma pessoa maltrata um animal pior faz com um ser humano.
“Policial que maltratar um animal desse aqui eu mando diretamente para Corregedoria. Porque a pessoa que não gosta de animal, que maltrata o animal, ela não tem sensibilidade. Pior ela faz com o ser humano”, disse o delegado em entrevista à TV Clube.
GATINHOS NO DHPP
O delegado conta que o gatinho mimoso apareceu em 2018, logo após a inauguração do departamento. A boneca veio dois anos depois. Ela deu cria no local, e ele estimulou a adoção dos filhotes pelos policiais.
“Eu chamei alguns policiais que tinham o perfil, que realmente gostavam de animal, que gosta de animal, e a gente fez uma adoção”, contou.
Depois, Baretta mandou castrar a boneca e, hoje, garante que os dois pets recebem os melhores cuidados. “Mandei castrar esses animais. Eu chamei o veterinário aqui, paguei do meu bolso. Inclusive, eles (gatos) quando chegaram aqui comia até pedra, mas agora a ração é escolhida”.
“A água que eles tomam aqui, a mesma que a gente toma, gelada, filtrada, tudo direitinho”, disse o delegado sobre os hábitos dos felinos.
ATENÇÃO
Iniciativas como essas dos policiais do DHPP da Polícia Civil são louváveis porque são atos de responsabilidade e, principalmente, de amor e respeito que precisam ser multiplicados.
Até porque, segundo a Organização Mundial da Saúde, só no Brasil, há cerca de trinta milhões de animais abandonados: 20 milhões são cães e 10 milhões são gatinhos.
Além disso, abandonar ou maltratar animais no Brasil é crime federal desde 1998. Em 2020, uma nova lei inclui a pena de um a cinco anos de detenção para quem maltrata ou abandona um animal que pode ser de estimação.
Adoção é a saída mais responsável, mas não pode ser feita de qualquer forma.
COMO ADOTAR?
Não acontece só no departamento de homicídios, em várias empresas ou órgãos públicos, os funcionários adotam animais frutos do abandono, mas especialistas recomendam alguns cuidados para preservar a saúde dos bichos e de quem tem contato com eles também.
O médico veterinário Caio Brasileiro cita algumas perguntas a serem respondidas pelas pessoas antes de adotar um animalzinho.
Para adotar um pet, os cuidados básicos consideram três perguntas básicas: tempo e espaço é a primeira. Você entender se aquele espaço seria adequado para aquele animal desenvolver as características comportamentais que são da espécie. Além disso, você vai ter tempo para dar cuidado e carinho?
A outra pergunta é: você vai ter paciência e disposição para se dedicar a rotina do pet? Ensinar os cuidados básicos e a rotina? geralmente, os especialistas aconselham que a rotina do animal seja adequada ao do tutor. Exemplo é a escolha da ração e a escolha dos horários de alimentação.
E a terceira pergunta é: se o tutor daquele pet ele vai ter dinheiro para investir nos cuidado do animal. Para que tudo disso se transforme e uma adoção responsável.
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