Emanuel Pereira*
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A vida da jovem Maria de Fátima, que mora na zona rural do município de Jatobá do Piauí, foi transformada quando sua tia Walquíria a presenteou com apenas R$ 20. Com esse dinheiro, ela comprou tintas e massa para criar peças em biscuit e iniciou o próprio negócio em 2014.
Passado nove anos, Maria de Fátima, hoje com 24 anos, continua a colher bons resultados pelo seu trabalho e consegue oferecer uma vida melhor à família com a venda de produtos artesanais.
A artesã relata que o artesanato fez parte da sua vida por meio de um projeto chamado “Escola Aberta”, realizado em uma instituição pública de ensino da cidade.
Ela relembra que as aulas sempre aconteciam aos sábados à tarde e ofereciam noções básicas sobre modelagem em biscuit. Como tinha grande afinidade com o trabalho artístico, fez pesquisas, praticou e aperfeiçoou sua técnica.
Após o curso, Fátima não continuou com seu trabalho, até sua tia Walquíria incentivar a jovem com a pequena quantia em dinheiro.
“Meses após acabarem as aulas, ela me deu R$ 20 e eu comprei os materiais. Comecei a produzir potes para mantimentos e ímãs de geladeira, que eram os itens mais pedidos”, disse.
A partir de então, a empreendedora percebeu o quanto os produtos artesanais são lucrativos e expandiu seu negócio, com a produção de personagens colecionáveis e topos para bolos de casamento, aniversários e batizados.
INCENTIVO DE COLEGAS ARTESÃS
Maria de Fátima faz parte do Projeto “Arte na Praça”, desenvolvido no município de Campo Maior desde o ano passado. Ela destaca que a artesã Talia Silva – personagem da série “Mulheres que brilham” – foi muito importante para o crescimento do seu trabalho.
“Tive incentivo de muitas colegas, mas foi a Talia quem me sugeriu criar uma rede social para exibir as peças e o cotidiano da produção. Com isso, as encomendas aumentaram e fiquei mais conhecida pela região”, afirmou.
Além de Jatobá do Piauí e Campo Maior, a artesã possui clientes nas cidades piauienses de Boa Hora, Cocal da Telha, Nossa Senhora de Nazaré e Sigefredo Pacheco.
CONQUISTAS
Dentre tantas conquistas proporcionadas pelo seu talento, a mais recente foi a vitória de um desafio realizado para comemorar os 200 anos da Batalha do Jenipapo, no último dia 12 de março. Cada membro do projeto teve de produzir um artefato em alusão ao momento histórico.
Com muita criatividade e paciência, Fátima levou cerca de dez dias para concluir a peça denominada “Peleja”, que representa a luta da população contra as tropas portuguesas.
Na cena, o embate entre um camponês e um soldado e um homem morto, simbolizando as vidas perdidas durante a batalha, chamam a atenção pela riqueza de detalhes. Com este artefato, a artesã também venceu o desafio de sair da sua zona de conforto.
“Minha área de atuação é na modelagem mais infantil, como as que faço para festinhas e os bonecos colecionáveis. Nunca tinha trabalhado com peças cujo objetivo e criar uma cena realista, mas a homenagem à Batalha do Jenipapo me proporcionou essa experiência”, concluiu.
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*Estagiário sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso
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