9 de junho de 2025

Baixa cobertura vacinal contra HPV faz alerta a aumento da mortalidade de câncer do colo do útero

Malu Barreto

Publicado em 26/03/2023 15:10

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Vacina contra o HPV é forma de prevenção da doença (Foto: Agência Brasil)

Estudo da Fundação do Câncer, divulgado para marcar o Dia Mundial da Prevenção do Câncer de Colo do Útero, celebrado neste domingo (26), revela que todas as capitais e regiões brasileiras estão com a vacinação contra o HPV (Papilomavírus humano) abaixo da meta estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Isso significa que até 2030, o Brasil não deverá atingir a meta necessária para a eliminação da doença, que constitui problema de saúde pública. O levantamento tem como base os registros de vacinação do PNI de meninas entre 9 e 14 anos, no período de 2013 a 2021, e meninos de 11 a 14 anos, entre 2017 e 2021.

De acordo com o levantamento, Piauí foi o estado da região Nordeste com maior cobertura vacinal da população masculina de 11 a 14 anos -Dose 1: 54,2%; Dose 2: 37,0%, mesmo assim, muito abaixo da meta que é de 80%.

(Fonte: Fundação Nacional do Câncer)

Em meninas de 11 a 14 anos, 79,9% tomaram a primeira dose do imunizante, mas apenas 57% retornaram ao posto de vacinação para a segunda dose da vacina.

Relacionado a vacinação, o Piauí segue a tendência nacional, em todo o Brasil, a adesão à segunda dose é inferior à primeira, variando entre 50% e 62%, dependendo da região.

Na população masculina entre 11 e 14 anos, a adesão à vacinação contra o HPV é inferior à feminina no Brasil como um todo.

A cobertura vacinal entre meninos é de 52% na primeira dose e 36% na segunda, muito abaixo do recomendado. A Região Norte apresenta a menor cobertura vacinal masculina, de 42% na primeira dose e de 28% na segunda.

(Fonte: Fundação Nacional do Câncer)

 

Em relação à mortalidade por câncer de colo de útero, entre 2016 a 2020, o Piauí registrou 8 mortes a cada 100 mil mulheres. Para 2023, a estimativa do levantamento é que o Estado registre 21 mortes a cada 100 mil mulheres piauienses.O estudo completo pode ser acessado no site da Fundação do Câncer.

Região Norte e Nordeste tem maiores taxas de incidência de mortalidade por câncer de colo de útero

A consultora médica da Fundação do Câncer e colaboradora do estudo Flávia Corrêa afirmou que há uma diferença regional marcante.

“O mais preocupante é que justamente o Norte e o Nordeste, que têm as maiores taxas de incidência de mortalidade por câncer de colo de útero, são as regiões onde encontramos a menor cobertura de vacinação”.

De acordo com a médica, isso acende o alerta de que é necessário investimento grande em medidas educativas para a população, para as crianças e adolescentes, pais e responsáveis e para profissionais de saúde, a fim de aumentar a cobertura.

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