6 de outubro de 2025

“Estou em pedaços”, diz mãe que perdeu bebê após ir em duas maternidades de Teresina

Publicado em 27/03/2023 16:46

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Mãe perde bebê após ser mandada para casa com dor. (Foto: arquivo pessoal)

Luana Fontenele*
Luanafontenele@tvclube.com.br

O tão esperado sonho de ser mãe estava prestes a se concretizar, porém foi interrompido por uma suposta falta de atenção durante o atendimento médico de Carla Lima Sousa, que esperava a primeira filha, Laura, que faleceu.

Ela estava grávida de um pouco mais de 40 semanas quando procurou duas maternidades de Teresina e foi mandada para casa com dor.

De acordo com a mulher, tudo começou na tarde da última terça-feira (21), quando ela começou a sentir dor, seguido de sangramento e procurou a maternidade do bairro Promorar. Ao ser atendida a mãe relata que o médico fez o toque e mediu a pressão e a mandou ir para casa.

“Procurei a maternidade do Promorar por volta de 13:40 com dor e sangramento. Lá o médico fez o toque e mediu minha pressão, já estava com 40 semanas e 3 dias e ele falou que não me aconselhava uma cesariana e que esse sangramento era somente o tampão e mandou ir pra casa”, conta Carla.

Não satisfeita com a resposta do médico e com os sintomas que estava sentindo, Carla Lima se dirigiu até a Maternidade Wall Ferraz – Ciamca, no bairro Dirceu, ainda no mesmo dia. No local, a mulher fez dois exames, sendo uma ultrassom e após o resultado foi novamente mandada para casa.

“Dois médicos me atenderam. A primeira me examinou e passou os exames e o segundo não examinou, apenas viu o resultado da minha ultrassom e disse que estava sem contração e dentro da normalidade. Ele mandou eu ir para casa, mas questionei, foi aí que ele disse que a dor só iria aumentar”, relata a mulher.

Carla foi atendida duas vezes na maternidade Wall Ferraz. (Foto: arquivo/ TV Clube)

Porém, ela relata que as dores não aumentaram. Pelo contrário, as dores pararam, o sangramento diminuiu e a pequena Laura parou de mexer.

“Voltei no Promorar no dia 22, pois não estava sentindo ela mexer. Lá eles passaram uma ultrassom, só que não é feita lá. Eu esperei a tarde toda e a ambulância só chegou 20h para me levar para o Ciamca para fazer a ultrassom. Lá eles confirmaram o falecimento da minha Laura”, detalha.

Agora a mãe da pequena Laura convive com o sofrimento, questionamentos e com saudades dos momentos que não chegou a ter com a sua primeira filha.

“Minha filha não aguentou esperar nem um dia, morreu menos de 24h na minha barriga. Não dá pra entender o motivo dele não terem me acolhido. Estou em pedaços. Poderia está com minha filha aqui se eles tivessem me atendido direitinho em algum dessas maternidades”, lamenta Carla Lima.

O que diz a FMS

Em nota, a Fundação Municipal de Saúde (FMS), afirmou que não houve negligência ou imprudência dos obstetras que avaliaram a paciente.  O órgão afirma que ela foi constatada com o quadro de pródromos que é contrações curtas, sem evolução de dilatação e sem indicação de internação.

Além disso, a FMS destaca que o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) irá elucidar a causa mortis do feto. Confira a nota completa:

“A Maternidade do Promorar informa que a paciente foi atendida na última terça-feira (21) com quadro de pródromos (contrações curtas, sem evolução de dilatação) e, após avaliação médica, foi constatado que ela ainda não estava em trabalho de parto ativo, ou seja, sem indicação de internação.
A paciente procurou ainda atendimento na Maternidade Wall Ferraz (CIAMCA), onde fez exames de bem estar fetal que mostraram que as condições do bebê estavam normais e sem indícios de trabalho de parto ativo. Segundo as diretrizes do Ministério da Saúde, a resolução do parto só é preconizada após 41 semanas completas de gestação, por isso foi pedido que a paciente aguardasse o processo natural de parto.
A maternidade reitera que em nenhum momento houve negligência ou imprudência dos obstetras que avaliaram a paciente, o que é comprovado pelos exames físicos realizados em dois estabelecimentos de saúde distintos e nos exames de bem estar fetal normais. Espera-se que a conclusão do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) elucide a causa mortis do feto.”

*Estagiária sob supervisão da jornalista Malu Barreto

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