27 de julho de 2025

Mototaxista é condenado a mais de 43 anos de prisão por matar guarda civil

Malu Barreto

Publicado em 29/03/2023 22:36

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Julgamento de mototaxista em Parnaíba (Foto: Tiago Mendes/TV Clube)

O Tribunal do Júri de Parnaíba condenou o mototaxista Francisco Mário Veras Ferreira a 43 anos, dois meses e 20 dias de prisão por assassinar o guarda civil Marcos Vinícius Santos Gotemberger e ferir com golpes de faca David Lucas Sousa Sampaio, também guarda civil.

O julgamento aconteceu nesta quarta-feira (29), na 1ª Vara Criminal da Comarca de Parnaíba, no Fórum Desembargador Salmon Lustosa e foi presidido pela juíza Ivani de Vasconcelos.

O crime aconteceu em setembro de 2020, na Praça da Graça em Parnaíba, durante uma abordagem, seguida de discussão motivada por uma suposta infração de trânsito.

A primeira testemunha a ser ouvida, foi David Lucas. Ele relembrou o primeiro encontro com o réu, dias antes do crime, quando estava de plantão junto com Marcos Vinicius.

Ele relatou que sempre fazia fiscalizações na Praça da Graça, principalmente por queixa dos próprios mototaxistas por estacionamentos irregulares e que o reú  foi abordado, pois sua motocicleta estava estacionada posicionada de forma perpendicular à guia da calçada (meio-fio), uma infração de trânsito média.

“Fomos abordá-lo para que ele pudesse corrigir, mas ele ficou muito alterado, muito bravo, entendeu que [a abordagem] era por ele está sem placa, sendo que não é atribuição do município a questão de emplacamento de veículo. A atribuição do município é só estacionamento, parada e circulação, e foi nisso que a gente focou. Ele apresentou um alvará antigo de mototáxi, não fez o que a gente pediu e saiu. Saiu falando muitos impropérios”, acrescentou.

Na semana seguinte, durante fiscalização de rotina, os dois guardas municipais abordaram Francisco Mário Veras Ferreira novamente, pelo mesmo motivo. David disse que geralmente esse tipo de infração se corrige, não se aplica multa, mas que o réu veio novamente com muita conversa, sem querer obedecer a ordem de estacionar a moto de forma pedida.

“Com a insistência dele em não obedecer a nossa ordem, o meu colega pediu, já que a moto dele não tinha placa, que a gente fotografasse o chassi, para fazer a multa. Eu me abaixei pra tirar a foto, ele estava montado na moto e chutou meu celular que caiu longe, eu dei voz de prisão pra ele. Ele deu partida na moto e ameaçou arrancar, não conseguiu sair porque tinha trânsito. Eu coloquei a mão na ignição, desliguei a moto e puxei a chave. Nesse momento fiquei com a minha lateral vulnerável e ele deu o primeiro golpe, acertou as minhas costelas. Eu acreditei que tinha sido um soco, mas tinha sido uma facada”, disse David.

O guarda civil contou que em seguida, o réu começou a esfaquear Marcos Vinicius e que ele foi para cima para tentar segurá-lo. “Me lembro de ter conseguido imobilizá-lo, mas não tenho tanta certeza disso porque não tinha nenhuma arma, tentei segurar só com minha força. Em algum momento, ele me acertou com outros golpes e a partir daí, não consigo lembrar, tinha perdido muito sangue”, concluiu.

Após o ataque, o réu fugiu e abandonou a motocicleta no local. David Sampaio foi socorrido por populares e levado ao Hospital Dirceu Arcoverde (Heda), onde passou por cirurgia.

Marcos Vinícius ficou no local, à espera do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ele chegou a ser atendido, mas morreu a caminho do hospital.

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