
A confeiteira Maiara Lydia, residente no bairro Bela Vista, zona Sul de Teresina, produz bolos, doces e salgados na cozinha de sua casa. Após contratar alguém para trabalhar em seu negócio, ela viveu uma experiência ruim e ficou parada por cerca de três meses.
A saúde emocional estava abalada, mas o sonho de empreender permaneceu firme. Tudo mudou quando a jovem notou a pequena mesa de plástico sem grande utilidade em sua residência e concedeu a ela um novo significado: a esperança de ver seu empreendimento prosperar.
Em agosto de 2021, a confeiteira criou a “mesa gourmet” e colocou em um ponto estratégico da região para vender seus produtos. Antes disso, ela afirma que pensou em alugar um ponto comercial e até cogitou comprar um carrinho personalizado, mas os valores estavam fora do seu orçamento.
“Eu precisava me reerguer e voltar a trabalhar. Me informei sobre valores de aluguéis e pesquisei sobre carrinho gourmet, mas era tudo muito caro. A princípio, eu fiquei muito frustrada, até que decidi pegar essa mesa e colocar na esquina da rua onde moro, pois há uma avenida muito movimentada ali”, disse.
Ela fez bolo de pote, pudins e outros doces para levar ao seu novo local de trabalho. Em uma tarde de segunda-feira, começou a jornada de Maiara como empreendedora de rua.
MESA GOURMET
Desde o início, a profissional não gostava de se referir ao seu negócio no diminutivo, pois, independentemente do tamanho, aquele era seu trabalho e precisava ser valorizado. Em vez de “mesinha”, ela escolheu o termo “mesa gourmet”, onde também incluiu a venda de salgados, como empadas e bombas.
O empreendimento de Maiara ficou tão popular no bairro que as pessoas ligavam, mandavam mensagem e, às vezes, iam até sua casa quando não encontravam ela no local.
“Meus clientes já me ajudaram a levar a mesa e os produtos até o lugar onde eu trabalhava. Se eu chegasse dez minutos atrasada, já tinha gente lá esperando por mim”, relatou.
Durante quase um ano, vender guloseimas na esquina fez parte da rotina da empreendedora. A experiência na rua gerou renda e fez ela perceber que valia a pena acreditar no potencial do seu negócio.
O RECOMEÇO DA JORNADA
A rotina de Maiara como empreendedora de rua foi concluída em julho de 2022, pois já não se sentia mais segura para ficar naquele local. A criminalidade na região fez ela abandonar a atividade.
“Uma vez eu estava na rua sozinha e dois homens em uma moto estavam parados, perto de mim. Eu ouvi um deles falando sobre assaltar alguém e fiquei com medo. No outro dia, uma situação parecida aconteceu. A falta de segurança não deixou mais eu vender meus produtos ali”, declarou.
O fim do negócio de rua significou o recomeço de uma nova jornada no empreendedorismo, porque Maiara segue trabalhando na cozinha de sua casa. A cada bolo produzido, ela fortalece a certeza de que reerguer seu negócio foi a melhor decisão da sua vida.
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