
Emanuel Pereira*
emanuelpereira@tvclube.com.br
Um dos momentos mais difíceis e importantes para pessoas da comunidade LGBTQIAP+ e revelar a sexualidade aos pais e familiares. O medo da rejeição faz este momento ser reiteradamente postergado e, assim, desperta sentimentos de tristeza, angústia e solidão.
Por esta razão, é muito comum homossexuais falarem a respeito disso com amigos confiáveis ou com quem compartilha a mesma orientação sexual. A busca por esta rede de apoio é indispensável para a pessoa homoafetiva não se sentir desamparada e perceba que ela não está sozinha.
O psicólogo Kaio Rodrigues ratifica este entendimento. Além de exigir coragem, contar aos pais e familiares sobre isto exige certeza sobre a condição sexual.
“Essa questão é muito delicada, pois quem pretende contar sobre sua sexualidade não deve se precipitar. Pelo contrário, deve ter muita segurança e autoconhecimento a respeito de sua orientação sexual e cercar-se do apoio de outras pessoas, porque isso fortalece o indivíduo”, disse.
Homossexuais também precisam ter uma percepção do ambiente familiar onde vivem. Receber apoio e compreensão amigos é fundamental, mas isso ainda não é suficiente para falar abertamente sobre sexualidade.
Kaio destaca que é necessário cautela, a fim de evitar conflitos que causem prejuízos à integridade física e mental da pessoa homoafetiva.
“Não adianta contar aos pais e familiares num momento em que o LGBT possa sofrer algum tipo de violência, seja física, verbal ou psicológica. O ambiente deve ser seguro, caso contrário, o melhor é aguardar”, afirmou.
Mesmo que a comunidade LGBTQIAP+ tenha conquistado grande visibilidade ao longo dos anos, falar abertamente sobre a sexualidade ainda é um ato de coragem, especialmente porque ainda persistem a violência e o preconceito contra membros deste grupo.
Ao revelar a orientação sexual aos pais e familiares, o LGBT dá voz a esta comunidade que, por muito tempo, permaneceu em silêncio enquanto era marginalizada.
“Contar aos pais também ajuda a quebrar estereótipos em relação à população LGBTQIAP+, visto que muitos ainda enxergam estas pessoas como promíscuas e marginalizadas. Ao declarar a sexualidade de forma ampla, o LGBT coopera para o rompimento destes paradigmas”, declarou Kaio.
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*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto