
Um banco privado lançou uma cartilha para orientar os funcionários sobre como se vestir e outras regras de comportamento no ambiente de trabalho. Mas o documento, chamado de “guia de estilo”, não parou por aí. Além de recomendações sobre manter a barba sempre bem feita ou evitar roupas amassadas, a cartilha também trazia observações sobre a lingerie e as sobrancelhas das mulheres, e até sobre o chulé e mau hálito dentro da empresa.
O assunto causou polêmica e virou motivo de debate nas redes sociais e rodas de conversa do ambiente corporativo. Mas as opiniões ficaram divididas.
Houve quem concordasse que é natural as empresas orientarem os funcionários sobre a etiqueta corporativa. “Muitos jovens trabalhadores entraram no mercado de trabalho após a pandemia e precisam de um direcionamento para se adequar ao trabalho presencial, sobretudo em grandes corporações e onde o ambiente requer maior formalidade no comportamento e nas vestimentas”, afirma a consultora de recursos humanos Andreia Ribeiro.
Para a consultora de estilo pessoal e moda, Flávia Damasceno, algumas orientações são válidas, mas mantendo a individualidade dos funcionários e preservando a intimidade das pessoas.
“A própria etiqueta profissional e regras de comportamento em geral dão um direcionamento para que trabalhadores saibam o que evitar no ambiente de trabalho”, destaca. Ela ressalta ainda que as orientações sobre roupas são válidas, até como forma de tirar dúvidas ou deixar clara a política da empresa, mas concorda que a empresa exagerou em regras como “uma costureira para garantir bom caimento e cores neutras”.
Após a polêmica, o banco voltou atrás e retirou o documento de seu site. A empresa se manifestou ainda dizendo que “respeita a individualidade de cada um dos colaboradores e que o material seria revisado”.