
A Secretaria Estadual de Segurança do Piauí (SSP) investiga mais de mil pessoas suspeitas de divulgar nas redes sociais informações sobre as operações de blitzen na capital Teresina.
Segundo o gerente de operações de Trânsito da SSP, Fernando Aragão, a blitz serve – principalmente – para a identificação preventiva de carros roubados, porte de drogas e armas ou motoristas alcoolizados para desarticular ações criminosas.
Importante para a segurança social, a operação encontra um grande obstáculo: grupos de mensagens informam a todos os celulares conectados as localizações de cada blitz na capital. As comunidades virtuais possuem centenas de participantes, segundo os prints já registrados em inquérito.
Endereços em escrito e vídeos mostram a localização exata das operações policiais em Teresina. Os comunicadores dos grupos chegam a falar até mesmo em código. “Atenção, atenção! Maribondo fez casinha lá na feirinha, viu, do Porto Alegre, viu? No mesmo lugar de sempre. Cuidado galera”, disse o comunicador em um dos grupos investigados.
INVESTIGAÇÃO
O inquérito da Polícia Civil observa, desde o início deste ano, os canais virtuais envolvidos. Dos mais de mil investigados, uma parte já foi indiciada – os administradores destes canais.
“Quando essas pessoas divulgam em grupos de WhatsApp, elas contribuem com o crime, de certa forma”, reforça o gerente Fernando Aragão.
Na tentativa de superar os canais de divulgação, as blitzen são alteradas de local com frequência. De acordo com o Código Penal, atrapalhar o trabalho da polícia é crime de atentado contra a segurança pública, punido de um a cinco anos de prisão, além de multa.
“Tem que ter consciência de que aquilo que é proibido no mundo real é no virtual. Você não pode comunicar a um criminoso, traficante o local de uma fiscalização de trânsito. Da mesma forma, você não pode fazer parte de um grupo de blitz, que pode ter criminosos, inclusive faccionado, transmitindo essa informação e evitando o policiamento ostensivo nas ruas da capital”, destacou o secretário de Segurança, Chico Lucas.