O estudante preso suspeito de perseguir jornalistas e influencers no Piauí criou mais de 40 perfis falsos para enviar imagens e vídeos pornográficos às vítimas. A perseguição se restringia – até a prisão do jovem, de 20 anos – ao ambiente virtual.
O delegado Humberto Mácola, da Delegacia de Repressão e Combate aos Crimes de Informática, disse ao Portal ClubeNews que as primeiras denúncias chegaram ao conhecimento da Polícia Civil neste ano, mas a investigação já identificou vítimas desde 2020.
Para conseguir conquistar a confiança da vítima e ser aceito nas redes sociais, o estudante se passava por outras jornalistas, do sexo feminino. “Quando a vítima descobria que não era (a pessoa verdadeira), ela bloqueava, mas ele criava outro perfil e continuava perseguindo a vítima”.
“Ele, como perseguidor, como ‘stalker’, criava vários perfis – foram mais de 30, 40 perfis falsos. Ele se passava por jornalista e tentava fazer amizade com outras jornalistas mulheres. Após estabelecer esse relacionamento de amizade, começava a perguntar coisas da intimidade dela. Ele se passando por mulher. E, em algumas abordagens, enviava imagem e vídeo pornográfico perguntando se ela gostava. E também imagem do órgão genital masculino para a vítima”, relatou o delegado.
Inicialmente, o estudante é investigado pelos crimes de importunação sexual e de stalking (perseguição). Ao ser preso, o suspeito relatou aos policiais que tinha atração por jornalistas mulheres. “Ele entrava nos perfis após vê-las na televisão e pesquisar na internet”.
Nesta manhã, o estudante presta depoimento e deverá ser encaminhado ao sistema prisional. A Polícia Civil deu cumprimento a um mandado de prisão preventiva.
O delegado relatou que o momento da prisão não teve intercorrências. Ele também contou que os pais ficaram surpresos com a situação.
“Os pais não imaginavam que ele fazia essas atrocidades dentro do quarto. Inclusive, o celular e o notebook dele foram comprados pelos pais para ele estudar”.
ORIENTAÇÃO
O delegado Humberto Mácola explica que qualquer pessoa está suscetível a ser vítima do crime de Stalking, mas algumas medidas podem evitar que ele aconteça.
Ele reforça que as vítimas precisam denunciar o crime, registrar um boletim de ocorrência, para que os culpados sejam punidos dentro da lei.
Sobre as orientações, Mácola recomenda que as pessoas evitem perfil da rede social aberto ao público. “Não sendo isso possível, em virtude de serem influenciadores, por exemplo, ou que não queiram fazer isso, que não postem imagens comprometedoras, que indiquem o que faz ou onde mora”.
E, caso seja vítima, seja no Instagram ou no WhatsApp – ou em outra rede social, “procure imediatamente a polícia para fazer um boletim de ocorrência. Não deixe passar, denuncie”.
CRIME
O stalking é uma perseguição reiterada, de forma obsessiva, que pode acontecer tanto no meio físico como no digital. O perseguidor – denominado “stalker” – pode agir por diversos motivos, como inveja, ciúmes, paixão obsessiva. A perseguição pode ser de uma pessoa do relacionamento social ou até de um estranho.
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