
Moradores da Vila Vitória tiveram suas casas desmontadas e seus pertences despejados por funcionários do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), na manhã desta terça-feira (13), durante ordem de reintegração de posse do terreno, localizada no bairro Árvores Verdes, na zona Leste de Teresina.
Cerca de 83 famílias, que estão vivendo no terreno desde janeiro deste ano em situação de vulnerabilidade social, tiveram suas casas e construções temporárias, feitas com pedações de madeira e taipa, desmontadas por funcionários do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Maria de Sousa, um das moradoras da ocupação Vitória, conta que existe uma ronda constante da Polícia Militar ao redor do terreno, mas que eles [ocupantes] não bandidos e que só desejam uma casa. “Aqui não tem bandido, aqui tem cidadão que quer uma casa para morar. Porque quando morar é um privilégio, é um dever novo ocupar onde estiver terra”, destacou a senhora.
Os moradores da ocupação, a cerca de seis meses, participaram de um cadastro da Prefeitura, que deveria servir como auxílio social. Entretanto, a um mês e meio, durante uma audiência pública realizada sobre a reintegração de posse, esse mesmo cadastro não foi encontrado.
“Fizeram um cadastro dizendo que iriam dá terra para a gente, mas o defensor público disse que nunca chegou na SDU (Superintendência das Ações Administrativas Descentralizadas). E a gente vai resistir, pode derrubar que amanhã a gente faz de novo”, disse uma das ocupantes.
Outro lado
A Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi) garante “ter feito o atendimento, ainda no mês de maio deste ano, às famílias moradoras da Ocupação Vitória, no bairro Verde Lar, zona Leste. Os atendimentos realizados foram realizados pelo CRAS Leste III, referentes ao Cadastro Único, tal como novos cadastros e atualizações”.
A Semcaspi reforça que “não atua com programas de habitação e que o benefício do Programa Cidade Solidária é, por lei, de famílias em situação de riscos, encaminhadas da Defesa Civil e da SAAD da região afetada, ou seja, não se aplica a casos de invasão”.