
Um tamanduá-mirim foi encontrado, na tarde da segunda-feira (12), com perfurações, possivelmente feitas por golpes de facas, além de outras marcas de agressão e ferimentos, no bairro Pedrinha, na cidade de Barras. O animal foi localizado por populares que acionaram a equipe do Grupo de Resgate Voluntário de Barras (GAV) para prestar socorro.
Ao ser localizado, o tamanduá apresentava patas inchadas, cortes na região dos olhos e barriga, e escoriações em todo o corpo. O Portal ClubeNews conversou a presidente do GAV, Jesus Santos, que contou como ocorreu o resgate do animal.
“Nós fizemos a assepsia e procuramos alimentá-lo e dá água, porque ele estava bastante faminto e com muita sede. Procuramos os bombeiros militares de Piripiri que nos orientaram a fazer os primeiros procedimentos. Depois entrei em contato com o secretário do meio ambiente da cidade, mas não obtive muito sucesso, pois falaram que devia deixar no centro zoonose, que não possui uma boa estrutura e o animal precisa de cuidados especiais”, contou.
O tamanduá foi levado para a casa da presidente do grupo de voluntários e recebe cuidados básicos até a chegada do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“Eu pedi a ajuda da Polícia Militar que trouxe o animal até a minha residência, onde tem uma equipe que está se doando pela vida deste animal. Falei com a Semar [Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí] que me passou orientações do Ibama para que a gente pudesse salvar ele. E é o que estamos fazendo até a chegada deles [Ibama]. O animal precisa de tratamento especial, pois está muito machucado e debilitado”, informou a presidente.
A voluntária ainda não possui previsão de quando a equipe do Ibama irá receber o animal e encaminhar para uma unidade de tratamento especializado.
Outro lado
O Portal ClubeNews entrou em contato com o Ibama Piauí, que informou que uma equipe da Semar já se encontra em Barras. Um médico veterinário prestou os primeiros atendimentos ao tamanduá-mirim, que será transportado para Teresina, de onde seguirá para uma avaliação mais específica com a equipe do Hospital Veterinário da UFPI.
Nenhuma pessoa foi presa no momento da ocorrência. A equipe do GAV destaca que a essa conduta, de agressão, é considerada crime segundo as leis de proteção aos animais silvestres, além de crime contra o meio ambiente.
A pena por esse tipo de crime vai desde multa de um a 40 salários mínimos por animal, até a prisão em casos extremos. Na esfera penal, o crime prevê pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda. Em caso de morte do animal, a pena pode ser aumentada de um terço a um quinto.