Glória Santana*
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Uma série de acasos fez a atleta Keyla Barros, natural de Água Branca (PI), ganhar o mundo no atletismo. Anos depois, a menina que sonhava em sua cidade natal, agora velocista profissional, foi convocada para o Mundial de Atletismo que acontece de 08 a 17 de julho em Paris, na França.
A atleta, recentemente, foi medalha de prata no Global Games que aconteceu também na França, na cidade de Vichy, no início do mês de junho. Agora, Keyla treina para do Mundial chegar às Paralimpíadas de Paris 2024. Ela já competiu como atleta-guia em provas de maratona.
“A convocação está sendo algo muito novo. Sei da responsabilidade e vou entregar o meu melhor. Quem ganha a medalha de ouro nessa competição [Mundial] está com vaga garantida nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, então vou entregar tudo”, comenta Keyla Barros sobre a convocação para o Mundial.
Keyla revelou surpresa ao sair seu nome na convocação, pois não esperava ser uma das atletas cotadas a compor o time de velocistas brasileiros na competição.
“Dois dias antes [da convocação] meu treinador falou para eu assistir à convocação do mundial, mas eu falei que não ia assistir por acreditar que não seria convocada. No dia da convocação fui lavar roupa e quando voltei as meninas estavam comemorando. Até hoje não caiu a ficha que fui chamada”, relata.
ONDE TUDO COMEÇOU
A história de Keyla no atletismo começa a ser desenhada da forma mais inusitada com o pedido de sua mãe para ir ao mercado, no mesmo dia que ocorria uma prova de corrida de rua. Foi esse cenário que aproximou a atleta do esporte.
“Percebei que as pessoas estavam comprando alimentos para se inscrever numa prova de corrida de rua. A convite das amigas, deixei as compras na bicicleta, fiz minha inscrição e corri a prova. Fui a primeira colocada e ganhei uma caixa de bombom e R$ 50,00”, conta.
Keyla disse ainda que sempre via os atletas na televisão, mas um evento específico foi o que despertou ainda mais seu interesse pela corrida. “Meu pai estava assistindo televisão e me chamou para ver os atletas correndo, era a maratona de Atenas na Grécia, em 2004, e eu vi o Vanderlei Cordeiro de Lima correndo e ele é minha maior inspiração”, disse.
Depois de um tempo, a velocista se mudou para Teresina, capital do Piauí, e passou a treinar sozinha, sem orientação técnica. Logo, a velocista conheceu um treinador nas corridas de rua de participou em Teresina.
A velocista Keyla Barros saiu de Teresina e resolveu se mudar para São Paulo, onde, mesmo sem remuneração, mas com treinamento específico, se classificou pela primeira vez para o Troféu Brasil.
*Estagiária sob supervisão da jornalista Malu Barreto
