O abuso de anabolizantes, substâncias derivadas principalmente da testosterona, pode trazer uma série de riscos a quem deseja, por exemplo, perder peso e ganhar massa muscular e não possui algum tipo de deficiência hormonal.
Inicialmente desenvolvidos para fins terapêuticos e, posteriormente, utilizados durante a preparação de atletas para competições, os anabolizantes têm sido aplicados para fins estéticos.
Em entrevista ao Bom Dia Piauí, da TV Clube, na última quarta-feira (21), o médico endocrinologista Wallace Miranda esclareceu pontos importantes sobre o assunto. Confira:
Há alguma indicação segura para o uso de anabolizantes?
Wallace explicou que, embora os esteroides sejam difundidos entre a população como destinados exclusivamente para acúmulo de massa magra, na realidade aumentam a produção de proteínas e gorduras.
“Quem não tem necessidade de fazer reposição hormonal e utiliza essas substâncias em níveis suprafisiológicos, ou seja, acima das taxas indicadas, corre maior risco de sofrer um infarto agudo do miocárdio e, portanto, reduz sua expectativa de vida”, alertou.
Qual a diferença entre suplemento alimentar e anabolizante?
O médico observou que, enquanto o anabolizante aumenta os índices corporais, o suplemento não possui hormônios, mas apenas complementa a alimentação.
“As pessoas devem avaliar cuidadosamente o que comem durante o dia, bem como seus objetivos, antes de acrescentar a suplementação adequada”, destacou Wallace.
Os anabolizantes são sempre aplicados por injeção?
Além da via intravenosa, que representa riscos cardiovasculares – infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e hipertrofia cardíaca -, os esteroides são também administrados por via oral.
“Geralmente o órgão acometido é o fígado, causando lesões hepáticas. Surgem ainda problemas relacionados à saúde mental e reprodutiva: enquanto o usuário se vicia e fica mais agressivo e psicótico, pode tornar-se infértil”, apontou o endocrinologista.
Quais práticas são uma alternativa aos anabolizantes?
O entrevistado elencou três fatores: boa alimentação – supervisionada por um nutricionista -, atividade física regular e rotina de sono apropriada.
“Todo o nosso ciclo circadiano, isto é, o ritmo em que o organismo realiza suas funções ao longo do dia, é controlado pelo sono. Se alguém não dorme o suficiente, lida com aumento do cortisol, acúmulo de gordura abdominal e interferências hormonais, o que pode levar a diabetes, hipertensão e outros transtornos”, finalizou.
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