
Eric Souza*
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O acúmulo de dívidas é um dos principais vilões do bolso dos brasileiros. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens e Serviços (CNC), quase 80% das famílias do país estão endividadas.
A situação se agrava diante do índice de juros do Brasil, que figura entre os maiores do mundo. Com a taxa Selic em 13,75% ao ano, os endividados enfrentam dificuldades para conseguir crédito barato ou mesmo renegociar seus débitos.
Para Ismael Bastos, consultor de investimentos da Portfel e do Grupo Primo, a primeira atitude a ser tomada por quem vive esse cenário é “reduzir seu padrão de vida”.
“É importante diminuir as dívidas altas de curto prazo, como cheque especial e juros de cartão de crédito e, caso consiga, aumentar as receitas. Além disso, o Banco Central prevê uma taxa Selic menor até o fim deste ano e para o ano que vem. Logo, é possível negociar os débitos com juros menores, alongando-os em parcelas que não comprometam a renda do mês e caibam na capacidade de pagamento”, explica ao Portal ClubeNews.

O consultor aponta ainda que, em geral, o brasileiro poupa de forma inadequada: ou guarda “em casa”, ou investe na poupança que, apesar de ser um investimento popular, “perde” dinheiro para a inflação no decorrer dos anos.
“Ganhar da inflação é relativamente fácil. Hoje, os Certificados de Depósito Bancário [CDBs] dos bancos, corretoras ou títulos públicos proporcionam o investimento na Selic, que sempre está acima da poupança. É possível também comprar títulos híbridos, atrelados à inflação e com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo [IPCA] como indexador, os quais pagam juros complementares”, elenca.
Já em relação à aposentadoria, Ismael lembra que, ao recorrerem a previdências privadas para não dependerem somente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), muitas pessoas não escolhem a pensão ideal para seus perfis.
Entre as opções, o especialista destaca duas: o Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) e o Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL), as quais apresentam diferenças pontuais.
“A cobrança de impostos sobre o VGBL diz respeito apenas ao rendimento; ou seja, um investidor que aportou R$ 100 mil e acumulou, em 15 anos, a quantia de R$ 350 mil, foi tributado somente na diferença de R$ 250 mil. Por outro lado, no PGBL, a tributação ocorre sobre o montante total. Apesar disso, [o PGBL] oferece um benefício fiscal: 12% da renda bruta anual tributável é deduzida da base de cálculo do imposto de renda”, completa.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto