Dia do amigo: mulher doa parte do fígado para salvar filho da amiga em Teresina

As duas que se conhecem desde a infância, fizeram a graduação e o mestrado juntas e hoje se consideram irmãs

Maurício, Erika e Éllen. (Foto: arquivo pessoal)

Luana Fontenele*
Luanafontenele@tvclube.com.br

Em provérbios 17:17 diz: “Em todo o tempo ama o amigo e na angústia nasce o irmão”. E é assim que iniciou o laço fraternal entre as duas amigas Éllen Andrade e Erika Luz, que para além de serem amigas, agora se consideram irmãs, após Éllen doar parte do fígado para o filho de Erika.

A vida das duas amigas é cercada de coincidências, ou melhor dizendo, propósitos que as une desde quando eram crianças e estudaram o ensino fundamental juntas, chegando até a graduação.

“A gente já se conhecia, mas o laço de amizade ficou mais forte quando fizemos o vestibular e mesmo sem saber, iríamos estudar juntas novamente na graduação em odontologia”, conta a cirurgiã-dentista Éllen Andrade.

E com o passar dos anos juntas, elas se aproximaram cada vez mais em grupos de estudos, congressos, diversões, formatura, trabalho em comum, e até passaram para o mesmo mestrado. “Trabalhamos no mesmo consultório juntas e fizemos o mestrado juntas”, ressalta a também cirurgiã-dentista Erika Luz.

Erika e Éllen. (Foto: arquivo pessoal)

“Viramos família”

Com tantas situações semelhantes na vida uma da outra, as duas amigas não imaginavam que se tornariam ainda mais próximas. E isso se deu após o filho mais novo de Érika, o Maurício, nascer com uma condição genética que comprometia as funções do fígado e dos rins.

Após passar por diversas internações e exames, foi constatado que o menino se tornou um paciente renal crônico, que dependeria de hemodiálise até conseguir o transplante dos dois órgãos comprometidos. Foi aí que começou uma verdadeira caçada por um doador que fosse compatível com a criança.

“Ela me contou que as pessoas que ela achou não foram compatíveis para a cirurgia, e que estava procurando outra, e aí eu disse: ‘quem vai doar sou eu. Pode procurar, mas eu vou ser compatível'”, conta Ellen.

Maurício e Ellen nos preparativos para a cirurgia. (Foto: arquivo pessoal)

E após a constatação de compatibilidade, Ellen e Maurício, com dois anos na época, passaram por uma força-tarefa para estarem aptos para a realização da cirurgia.

Ela conta que precisou perder peso, e Maurício estabilizar suas taxas. A dupla chegou a passar por alguns adiamentos, mas no dia 31 de agosto de 2020, Ellen doou parte de si para salvar o filho da amiga.

“Foi uma sensação maravilhosa. Até hoje me lembro da cena de acordar e ver a minha mãe e a Erika do lado, e eu só consegui pensar ‘Meu Deus, aconteceu. Deu tudo certo'”, afirma a doadora.

Érika esteve com a amiga no pós-cirúrgico. (Foto: arquivo pessoal)

Ellen ainda não é mãe, mas ela conta que tem um sentimento materno por Maurício, e tatuou uma homenagem à ligação que existe entre os dois, e que foi selada pela cirurgia de transplante.

“Depois da doação, a gente realmente criou um vínculo familiar. É mais do que uma amizade profissional, agora somos irmãs”, conta Erika, mãe do pequeno Maurício.

Éllen fez uma tatuagem em homenagem ao pequeno Maurício. (Foto: montagem ClubeNews/ arquivo pessoal)

*Estagiária sob supervisão da jornalista Malu Barreto

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