8 de junho de 2025

Ex-PM condenado por feminicídio de Camilla Abreu é preso por estupro de vulnerável

Eric Souza

Publicado em 27/07/2023 16:33

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Allison Wattson, ex-policial condenado por feminicídio e preso por estupro (Foto: Reprodução)

O ex-capitão da Polícia Militar, Allison Wattson da Silva Nascimento, condenado a 17 anos de prisão pelo feminicídio da estudante Camilla Pereira de Abreu, foi preso novamente nesta quinta-feira (27) sob a suspeita de estupro de vulnerável contra uma criança de sete anos.

Segundo a delegada Lucivânia Vidal, titular da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA), o suspeito cumpria a outra pena em regime semiaberto: trabalhava durante a manhã e voltava para a Penitenciária Irmão Guido, em Teresina, à noite.

“No início deste ano, a mãe da vítima, cuja família mora no mesmo local em que [Allison] trabalha, fez a denúncia após conversar com a filha. Iniciei as investigações, instaurei o inquérito, finalizei e representei pela prisão preventiva”, explicou.

Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Foto: Isadora Cavalcante/Portal ClubeNews)

Ainda conforme a Polícia Civil, os abusos eram praticados desde que a criança tinha seis anos. Após o cumprimento do mandado, Allison se encontra à disposição da Justiça.

Condenação por feminicídio

Allison Wattson foi condenado, em setembro de 2021, a 17 anos de prisão pelo feminicídio da ex-namorada Camilla Abreu. A medida foi determinada pela juíza Cássia Lage de Macedo, da 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina.

O crime ocorreu em outubro de 2017. Na sessão, o acusado afirmou que estava em um bar com Camilla e uma amiga da estudante na noite do ocorrido. Ele teria deixado a amiga em sua residência e depois seguido de carro para o apartamento da namorada.

Allison e a estudante de Direito Camilla Abreu, morta pelo próprio namorado (Foto: Reprodução)

Contudo, a estudante disse que não queria dormir lá e sugeriu que ambos fossem ao povoado Mucuim, na zona Rural da capital. O casal desceu do veículo e iniciou uma discussão, durante a qual o ex-PM teria feito o disparo que matou Camilla.

Diferentes testemunhas ouvidas na audiência apresentaram versões que culparam Allison. A amiga que estava no bar, Luana Regina de Sousa, apontou que o relacionamento dos dois era abusivo, com agressões físicas e psicológicas.

Familiares pedem pena máxima ao acusado de matar a estudante (Foto: Jonas Carvalho/Portal ClubeNews)

Um lavador de carros, Marcelo da Silva Barroso, e o proprietário de um posto de lavagem, Jaldo Viana, disseram que havia muito sangue no banco do passageiro do veículo do ex-policial, que alegou ter socorrido vítimas de um acidente na estrada.

Além de feminicídio qualificado, Allison foi condenado pelos crimes de ocultação de cadáver e delito de fraude processual. Cinco anos depois, em dezembro de 2022, ele ingressou no regime semiaberto.

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