
O ex-capitão da Polícia Militar, Allison Wattson da Silva Nascimento, condenado a 17 anos de prisão pelo feminicídio da estudante Camilla Pereira de Abreu, foi preso novamente nesta quinta-feira (27) sob a suspeita de estupro de vulnerável contra uma criança de sete anos.
Segundo a delegada Lucivânia Vidal, titular da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA), o suspeito cumpria a outra pena em regime semiaberto: trabalhava durante a manhã e voltava para a Penitenciária Irmão Guido, em Teresina, à noite.
“No início deste ano, a mãe da vítima, cuja família mora no mesmo local em que [Allison] trabalha, fez a denúncia após conversar com a filha. Iniciei as investigações, instaurei o inquérito, finalizei e representei pela prisão preventiva”, explicou.

Ainda conforme a Polícia Civil, os abusos eram praticados desde que a criança tinha seis anos. Após o cumprimento do mandado, Allison se encontra à disposição da Justiça.
Condenação por feminicídio
Allison Wattson foi condenado, em setembro de 2021, a 17 anos de prisão pelo feminicídio da ex-namorada Camilla Abreu. A medida foi determinada pela juíza Cássia Lage de Macedo, da 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina.
O crime ocorreu em outubro de 2017. Na sessão, o acusado afirmou que estava em um bar com Camilla e uma amiga da estudante na noite do ocorrido. Ele teria deixado a amiga em sua residência e depois seguido de carro para o apartamento da namorada.
Contudo, a estudante disse que não queria dormir lá e sugeriu que ambos fossem ao povoado Mucuim, na zona Rural da capital. O casal desceu do veículo e iniciou uma discussão, durante a qual o ex-PM teria feito o disparo que matou Camilla.
Diferentes testemunhas ouvidas na audiência apresentaram versões que culparam Allison. A amiga que estava no bar, Luana Regina de Sousa, apontou que o relacionamento dos dois era abusivo, com agressões físicas e psicológicas.
Um lavador de carros, Marcelo da Silva Barroso, e o proprietário de um posto de lavagem, Jaldo Viana, disseram que havia muito sangue no banco do passageiro do veículo do ex-policial, que alegou ter socorrido vítimas de um acidente na estrada.
Além de feminicídio qualificado, Allison foi condenado pelos crimes de ocultação de cadáver e delito de fraude processual. Cinco anos depois, em dezembro de 2022, ele ingressou no regime semiaberto.
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