Isadora Cavalcante e Mayrla Torres*
mayrlatorres@tvclube.com.br
Guardas municipais de Teresina (GCM) realizaram uma manifestação, na manhã desta quinta-feira (27), em frente ao Palácio da Cidade, no Centro de Teresina.
Segurando faixas e gritando palavras de ordem, os trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho e mudanças na gestão.
Ao Portal ClubeNews, o guarda municipal, Felipe Leal, destaca situações de assédio moral e falta de equipamentos de proteção individual (EPI).
“Hoje o guarda ganha em torno de R$ 1,6 mil. Temos que trabalhar praticamente tirando do próprio bolso. Além da questão da escala que a todo momento é alterada por questões políticas. É uma situação que já vem sendo insustentável por sete anos”, disse.
A categoria exige também um novo estatuto com plano de cargo de salário. Os agentes também denunciam a falta de segurança que passam ao atender ocorrências.
“A Guarda Municipal nunca teve nenhum tipo de segurança jurídica. Nós estamos trabalhando descobertos de qualquer ajuda. Deixamos nossa arma e colete no serviço para ir para casa após um longo dia de serviço, conduzindo gente até à Central de Flagrante e lidando com o todo tipo de meliante”, destacou.
Sobre a insegurança, os agentes relembraram de um guarda municipal que foi baleado e teve a arma roubada após troca de tiros com dois homens na região do bairro Promorar, zona Sul de Teresina. O crime aconteceu no dia 23 de julho. Os dois suspeitos estavam em uma motocicleta e chegaram a perseguir o guarda.
“O guarda deixa o seu colete, muitas vezes, ou sua arma (no comando) e vai para casa descoberto. Nós tivemos, infelizmente, um colega nosso alvejado por causa da função que exerce. A gente não recebe pelo risco de vida, que é o inerente da função. Fora as perseguições e assédios morais que ocorrem, como ameaças”, complementou.
Denúncias de assédio moral
O guarda municipal Felipe Leal denunciou problemas que são recorrentes dentro da corporação. Os agentes de segurança passaram a ir sozinhos para seus postos, e, conforme a denúncia, sequer podem ir ao banheiro sem avisar um superior.
“Fomos treinados para trabalhar sempre com o companheiro. Agora com uma decisão absurda, foi colocado apenas um guarda no terminal sozinho. Ou seja, ficamos sozinhos no posto durante 12 horas em pé. Inclusive, se for você visto indo ao banheiro ou estiver dentro da viatura devido ao calor excessivo de Teresina, você é chamado atenção e até punido. Temos que avisar quando queremos ir ao banheiro”, contou.
Estagiário sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso