Luana Fontenele e Tiago Mendes/ TV CLUBE
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Até o momento, 88 pessoas já procuraram a delegacia de Polícia Civil de Parnaíba, e afirmaram ser vítimas do golpe de falso consórcio aplicado por uma empresa de investimentos. À reportagem da TV Clube, duas pessoas relataram como caíram no golpe e saíram prejudicadas.
De acordo com Maria do Socorro Rodrigues, uma das vítimas, ela pagava uma carta de crédito há cerca de um ano, com o intuito de reformar a casa. Ela relata que deu uma entrada de R$ 2 mil e ficou pagando a mensalidade até que passou da data estimada de receber o valor.
“Eu assinei os contratos direitinho, que afirmava que naquela data X de um mês eu iria receber essa carta de crédito. Aí o tempo foi passando, e eu esperando, mantendo contato com eles pelo telefone. Eles diziam que outras pessoas estavam dando um lance maior, então eu teria que dar mais dinheiro para poder aumentar o meu lance para a carta de crédito ser liberada. Passou mais tempo e eu desisti e procurei um advogado. Isso tudo é um abuso do direito das pessoas, de enganar e roubar o dinheiro. É um sentimento que não consegue se explicar”, relata a mulher.
Da mesma forma, Francisco Costa também foi prejudicado ao procurar a empresa para conseguir comprar um transporte. Segundo ele, foi prometido uma liberação de crédito em 15 dias, a qual ele esperava há mais de um ano.
“Ele chegou com uma conversa bonita, falou para eu comprar uma carta de crédito, que em 15 a 30 dias teria retorno do banco para liberar o dinheiro. Só que nesses 15 dias já vai fazer um ano e nada desse dinheiro. Toda vez que eu chegava lá ele vinha com uma conversa totalmente diferente. Eu quero o meu dinheiro de volta, foi um dinheiro suado eu trabalhei, e aí querem fazer esse tipo de coisa e me roubar na ‘cara de pau’. Eu acho muito injusto tudo isso”, afirma a vítima.
Segundo o delegado Abimael Silva, da Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (DEPATRI), o prejuízo estimado às vítimas é superior a R$ 500 mil reais.
Entenda o caso
A Polícia Civil do Piauí prendeu seis pessoas, entre eles o proprietário e funcionários, de uma empresa de investimentos sediada na cidade de Parnaíba, Litoral do Piauí, suspeitos de estelionato, lavagem de dinheiro, associação criminosa e crimes contra o consumidor, por aplicarem um falso consórcio.
A operação aconteceu na manhã de terça-feira (25), durante o cumprimento de mandados de prisão temporária e de busca e apreensão.
Segundo o delegado Abimael Silva, as vítimas relataram na delegacia que após fazerem o contrato de consórcio com a empresa, davam uma entrada de 9 a 12% do valor do bem que pretendiam adquirir, porém, passava o tempo estimado e elas não eram contempladas.