Uma das maiores preocupações de pais de pets é a saúde e bem-estar do animal. Mas quando o assunto é castração, muitos tutores se veem com uma grande dúvida: castrar ou não castrar? A ideia de submeter o seu bichinho a um procedimento cirúrgico pode gerar apreensão e incertezas.

A médica veterinária Ana Gabriela esclarece que a castração oferece uma série de benefícios, desde a prevenção de doenças até o aumento da expectativa de vida do animal de estimação.

“Primeiramente, com as fêmeas de cachorro e de gato a gente sempre indica a castração depois do primeiro cio, que é quando recebem toda descarga hormonal que precisam para poder se desenvolver. E por que a gente indica castração? Porque castrando uma cadela fêmea a gente dá mais qualidade de vida e prolonga a expectativa de vida dela”, explicou

A castração pode ajudar a evitar inúmeros males que podem atingir o animal a curto ou longo prazo. São eles: o câncer de mama, câncer de útero, câncer de ovário, piometra (infecções uterinas), doenças sexualmente transmissíveis e até gestação psicológica.

“É muito comum receber na clínica receber os animais nesses casos. Ele é submetido a uma cirurgia de risco, o risco de óbito durante esse procedimento é alto. Castrando jovem, a gente consegue evitar essas doenças quando tiverem uma idade mais avançada”, detalhou.

Cães e gatos machos

Assim como as fêmeas, os gatos e cachorros machos tendem a desenvolver problemas de saúde com o passar do tempo. No caso deles, problemas testiculares e de próstata.

“O cachorro mais velho não castrado tem uma predisposição bem maior de ter um aumento de próstata, que pode levar a outros problemas como, por exemplo, a hérnia inguinal. Aí vai ter que passar por um procedimento cirúrgico bem que vai ter um risco bem maior aí de óbito do que se ele tivesse feito uma castração pro dele estava jovem”, disse.

A cirurgia de castração também reduz a produção de hormônios nos pets: no caso das fêmeas, o estrogênio; no caso dos machos, a testosterona.

É comum também que o animal fique mais calmo, evitando brigas e fugas, que podem acarretar atropelamentos, e envenenamentos.

Reprodução e abandono

No Brasil, a questão do abandono já é considerado problema de saúde pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que exista 30 milhões de animais abandonados, dos quais cerca de 10 milhões são gatos e 20 milhões cães no país.

Uma das soluções viáveis para amenizar este impasse é a castração cirúrgica de cães e gatos. O método apresenta-se como alternativa eficaz no controle populacional e propicia a redução da natalidade sem agredir o bem-estar dos animais.