
A quantidade de madeira irregular apreendida no Piauí aumentou, no primeiro semestre deste ano, quase 850% em relação ao mesmo período de 2022, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Embora não pertença à Amazônia Legal ou produza madeira para fins comerciais, o estado concentra boa parte da carga ilegal que circula no Brasil. Para a PRF, o principal motivo é a posição geográfica entre as duas regiões.
“O Nordeste é um grande mercado consumidor, então naturalmente os caminhões que transportam cargas vindas da Amazônia atravessam o Piauí”, explica o superintendente estadual da corporação, Ribeiro Dias.

Diante dos números elevados, os policiais rodoviários aprimoraram a fiscalização e recorrem a aplicativos, câmeras e lanternas especiais que verificam se a madeira transportada corresponde à documentação dos veículos.
Em uma blitz realizada na BR-343, em Teresina, a PRF consultou o guia de transporte de um caminhoneiro e descobriu que, apesar de constarem quatro espécies, havia uma quinta não declarada no documento.
“Toda carga apreendida é encaminhada ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente [Ibama], que pode inclusive encontrar outras espécies no carregamento. Para nós, basta encontrar uma e descaracterizamos a licença”, aponta o inspetor Charlton Nascimento.
Outros dados da PRF mostram ainda que, de janeiro a julho de 2023, mais de 68 mil m³ de madeira foram recolhidos pela corporação em todo o país. É uma quantidade 50% maior que todo o volume apreendido no ano anterior.
“Aqui no Piauí, em 2022, registramos 523 m³. Se revertêssemos em benefícios sociais, poderíamos construir mais de 300 casas populares”, afirma a superintendente regional do Ibama, Thays Paiva.
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