Pesquisadores pedem devolução de fóssil de dinossauro que seria do Piauí

O fóssil foi vendido ilegalmente a um museu alemão na década de 90

Crânio do dinossauro Irritator (Foto: Marcos Sales)

Pesquisadores do Brasil e da Europa pedem a devolução de um fóssil do dinossauro Irritator que seria do Piauí. O professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Juan Cisneiros, é paleontólogo e um dos seis pesquisadores que assina o pedido de repatriação.

O professor explicou ao Portal ClubeNews que o objeto saiu do Brasil em algum momento no início dos anos 90 e, atualmente, se encontra na Alemanha, especificamente na cidade de Stuttgart, no Museu de História Natural da cidade.

“A gente sabe que ele saiu nessa época porque a pesquisa científica de conhecimento desse fóssil foi elaborada e publicada em 1996. Nessa pesquisa já se menciona que esse fóssil foi comprado pelo museu. O que é ilegal, já que é um bem da União; portanto, ele não pode ser comprado, nem vendido”, disse.

O pesquisador esclarece que essa venda se trata de um contrabando, que torna as buscas ainda mais difíceis, já que existem mecanismos para encobrir a ação considerada criminosa. Os fósseis saem por navios disfarçados de minerais ou pedras semipreciosas.

Fóssil pode ser piauiense

De acordo com pesquisas, o fóssil foi encontrado na região da Chapada do Araripe, que está na divisa de três estados: Piauí, Ceará e Pernambuco. Por isso, não sabe exatamente de onde ele foi extraído.

“Eu diria que é bem provável que tenha saído do Piauí porque o tipo de rocha na qual esse fóssil se encontra é bem mais comum aqui no Piauí. Mas ele também pode ter saído do Ceará. Isso é um problema muito comum com estes materiais contrabandeados, já que as informações se perdem no caminho”, disse.

Pesquisadores assinam documento

Juan Cisneiros e outros cinco pesquisadores assinam o documento solicitando a devolução do fóssil. Alguns desses profissionais trabalharam em um estudo recente feito sobre o dinossauro Irritator.

Professor Juan Cisneiros (Foto: Paula Pedrosa)

CARTA ABERTA – PEDIDO DE REPATRIAÇÃO 

O estudo foi publicado há dois meses e criou polêmica no meio acadêmico e também nas redes sociais. E, por ideia de uma pessoa que trabalha na área de Direito, relacionado a objetos de valor cultural, foi feito essa iniciativa da carta solicitando a repatriação.

Além disso, o documento é uma carta aberta e qualquer pessoa pode assinar, ajudando os pesquisadores. Assine também clicando aqui.

“Qualquer pessoa pode entrar no link e assinar essa carta. E, dessa maneira, vai estar contribuindo com que um dinossauro volte para o Brasil. E é bem provável que ele volte paro o Piauí. Eu faço parte ativa dessa campanha e vou recomendar que a instituição de destino a esse fóssil seja no estado, especificamente no nosso museu”, explicou.

Muita coisa terá ainda que acontecer para a ideia dos pesquisadores se concretizar, mas, segundo o professor Juan Cisneiros, tudo se encaminha para que o dinossauro seja repatriado para o Piauí.

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