
O dia 19 de novembro, dedicado a enaltecer o empreendedorismo feminino, inspirou Milena Bida a organizar um projeto destinado a mulheres de negócios no município de Altos, a 38 km de Teresina (PI). Fomentar o trabalho e desenvolver o potencial de liderança das microempreendedoras são os maiores desígnios desta iniciativa, que atravessou as fronteiras da cidade e conquistou mais de 200 colaboradoras em todo o Piauí.
Denominado, a princípio, como “Mulher Empreendedora Altos”, o programa soma grandes conquistas em dez meses de atuação. Fundado em novembro de 2022, o alcance deste projeto nas redes sociais permite a troca de conhecimentos entre mulheres donas do próprio empreendimento. Além de compartilharem estratégias para alavancarem as vendas, elas também adquirem produtos umas das outras, como uma maneira de promover maior incentivo aos negócios.
A líder da iniciativa celebra a sororidade entre as colaboradoras e reforça o quanto é indispensável a cooperação entre o público feminino para alcançar a prosperidade na jornada empreendedora.
“Falar sobre crescimento profissional, independência financeira e ser dona do próprio negócio parece fácil, mas, às mulheres, isso significa vencer o preconceito e superar muitas barreiras. Mas fazer tudo isso sozinha é cansativo. Por isso, uma reunião de mulheres encorajadas nos dá forças para seguir em frente”, disse Milena.
A quarta matéria da série “Sororidade & Negócios” é destinada a revelar a expansão desse projeto, que se transformou em “Mulher Empreendedora Piauí” para apoiar microempreendedoras em todo o estado.
Cada atividade desenvolvida pelas voluntárias, como a realização de feiras e cursos de capacitação, visa o crescimento econômico, assim como possibilitar uma rede de apoio nas quais todas elas se sintam inspiradas a acreditar no potencial de seus negócios.
SALA DO EMPREENDEDOR
O programa de estímulo ao empreendedorismo feminino chamou a atenção de órgãos públicos do município de Altos. Milena notou que muitas mulheres abriram o próprio negócio por necessidade e tinham dificuldades de gestão.
Na época, foi elaborada a Sala do Empreendedor, uma ação voltada à capacitação para gerir empreendimentos, com realização de cursos e workshops gratuitos, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
Dentre as ações mais exitosas desta iniciativa, a FEIRART se destaca por promover feiras de empreendedorismo, que possibilita lazer a população e crescimento de pequenos negócios.
Os eventos promovidos pela FEIRART ocorrem na Praça Central de Altos e, geralmente, contam com a presença de aproximadamente 50 microempreendedoras. O projeto já realizou seis feirinhas de empreendedorismo e a sétima edição está prevista para ocorrer no próximo dia 15 de outubro.
Em relação às feiras, Milena revela, por meio das arrecadações, que a população de Altos apoia a iniciativa.
“Temos feito um levantamento de valores apurados nessas feiras onde a primeira começou com o valor vendido de aproximadamente R$ 400,00 e já na última Feira o valor foi de $9.000,00 em uma noite”, comemorou.
SORORIDADE E OPORTUNIDADE
A empreendedora Larissa Fant saiu da cidade do Rio de Janeiro para morar em Altos há um ano. Dona de uma hamburgueria, a carioca de 30 anos relembra todas as dificuldades que enfrentou quando decidiu abrir seu negócio e destaca o quanto é importante o apoio do Projeto Mulheres Empreendedoras para o seu negócio.
“Foi através dele que pude divulgar meu trabalho, pois quanto mais contato com outras pessoas eu tinha, mais eu pude divulgar minha hamburgueria. Além disso, a iniciativa me ajudou a gerir melhor meu negócio, por meio das oficinas que o projeto proporciona”, frisou.
A psicóloga e estudante de engenharia civil, Michelle Falcão, de 40 anos, é dona de uma empresa de terraplanagem e se colocou à disposição do projeto para ajudar as microempreendedoras. Ela enaltece como a convivência com tantas mulheres inspiradoras fez aprimorou sua visão como empresária.
“Fazer parte deste grupo abriu minha mente para várias ideias e amadureceu minha percepção que a mulher deve ser independente. Exercitei a resiliência e a criatividade e, se antes eu queria trabalhar apenas com terraplenagem, agora tenho um leque de serviços e almejo ampliá-los ainda mais”, pontuou.
Todas essas histórias de luta e superação podem ser contadas graças à sororidade deste grupo. A aliança entre as microempreendedoras proporciona conhecimento, troca de experiências e a certeza de que empreender transforma vidas.
“Uma reunião com que vivem em realidades parecidas, com falta de tempo devido a rotina diária em casa e preconceito devido ao fato de ser mulher, oferece motivação para encararmos as dificuldades com mais leveza. Estar em um projeto tão acolhedor como este nos dá mais força”, concluiu.
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